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Plantio de grãos deve crescer 6% na região de Araçatuba

Levantamento aponta para 70.772 hectares na safra 2017/18



A área dedicada à agricultura de grãos na região de Araçatuba deve ampliar 6,4% na safra 2017/2018 em comparação com o ciclo agrícola anterior, segundo levantamento de intenção de plantio desenvolvido pelo IEA (Instituto de Economia Agrícola). O aumento equivale a 4.266 hectares. A substituição de pastos e canaviais por outros cultivos e a utilização de grãos como cultura de reforma colaboram para a perspectiva de crescimento do plantio, conforme especialistas. 

Somadas, as áreas de plantio de amendoim, feijão das águas, milho e soja na região administrativa de Araçatuba devem chegar a 70.772 hectares, ante 66.506 hectares da safra anterior. Em termos percentuais, as altas maiores são da cultura irrigada. 

O plantio tradicional de milho deve ter uma ligeira queda 0,92% na região - de 17.307 para 17.147 hectares - porém, a área total do grão tem um equilíbrio devido ao cultivo de irrigado que deve expandir 24,02%. No período, as plantações de milho com a rega artificial devem crescer de 1.790 hectares para 2.220 hectares, de acordo com o instituto. No caso da soja tradicional, a área deve aumentar 6,15%, o que significa um avanço de 40.287 para 42.763 hectares. Já a soja irrigada deve ter uma ampliação de 13,93% no plantio, passando de 3.101 para 3.533 hectares.

A expansão dos grãos é um reflexo da situação atual de outro segmento agrícola na região. "Ainda que pequeno, o aumento é uma tendência e está ligado à situação da cana", explica o engenheiro agrônomo Marcelo Moimás, técnico do EDR (Escritório de Desenvolvimento Regional) de Araçatuba. De acordo com ele, com o setor sucroalcooleiro ainda em dificuldade, produtores passam a investir pouco a pouco em outros plantios, como a soja e o milho.

REFORMA

Outro motivo que impulsiona a ampliação dos grãos é o seu uso para a rotação de culturas na reforma do canavial, afirma o engenheiro agrônomo. A lavoura da cana-de-açúcar tem um ciclo de duração de três a seis colheitas consecutivas. 

Alguns produtores retiram a cana e fazem o plantio de alguma cultura por um ano antes de fazer um novo plantio de cana no terreno para melhoria das condições da área. Uma das opções é a soja. 

REARRANJO

O pesquisador do IEA, Danton Leonel de Camargo Bini diz que o setor canavieiro passa por um rearranjo. "Dessa forma, muitas áreas foram devolvidas aos proprietários de terras, que disponibilizaram aos produtores de outras culturas áreas em maior quantidade e em valores de arrendamento com pequenos reajustes", explica Bini. Como essas terras estão degradadas pela atividade, muitos veem em culturas como o amendoim e a soja a possibilidade de renovação da qualidade do solo. 

O diretor do Siran (Sindicato Rural da Alta Noroeste) Fabio Brancato, também percebe que como a indústria sucroenergética passa por uma crise financeira, há uma substituição de áreas de cana pelo plantio de grãos. "Consequentemente, elas não estão remunerando seus parceiros e arrendatários", diz Brancato. 

Ele destaca que houve uma redução de 26,18% nas cotações do açúcar este ano e que os preços do etanol não estão acompanhando a inflação. Comparando os números da estimativa de safra 2016/2017 com os do ciclo 2015/2016, a produção de cana-de-açúcar teve um pequeno recuo de 2,74% na região, caindo de 45,6 milhões de toneladas para 44,3 milhões de toneladas. Segundo Moimás, a redução ocorre em função de contenção de gastos das usinas, o que reflete em uma moagem menor.

Brancato atribui à segurança oferecida pela irrigação a expectativa de crescimento do plantio de grãos com o uso desse tipo de rega. "Investir na irrigação deixou o produtor menos exposto às intempéries climáticas e sua produção garantida, pois ele fornece a água na época correta para a planta", diz.

Instituto também prevê aumento de culturas menores

Enquanto a produção de cana-de-açúcar para a indústria deve recuar 2,74% na safra 2016/2017 ante o ciclo anterior, a perspectiva é de que outras culturas registrem aumento na região administrativa de Araçatuba, segundo o IEA. Uma delas é a banana, cuja produção tem uma elevação estimada em 13,42%, conforme o instituto, com crescimento de 31.917 toneladas para 36.201 t.

Outro exemplo é o feijão de inverno. A cultura irrigada da leguminosa deve totalizar 68.010 sacas de 60 quilos, 23,52% a mais do que as 55.061 sacas do ano agrícola anterior. Já o cultivo tradicional deve ter produzido 7,88% a mais na safra 2016/2017, apontam as estimativas do IEA. O aumento previsto é de 55.061 para 68.010 sacas/60kg. 

O instituto também estima altas de produção para os cultivos de laranja, café e limão na região administrativa, respectivamente de 5,68%, 4,39% e 9,26%. No caso da laranja, a expansão esperada é de 6.058.084 para 6.402.370 caixas de 40,8 kg. 

Cultura com volume produzido menor, o limão regional deve render 288.220 caixas de 40,8 kg (contra 263.791 caixas da safra 2015/2016) e o café, 20.798 sacas de 60 kg, ante 19.923 sacas/60kg. 

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