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Política energética divide opiniões

Política beneficia o setor produtivo, mas também gera insegurança, diz especialistas


As opiniões sobre a redução na tarifa de eletricidade promovida pelo governo federal no ano passado, por meio da renegociação de contratos com concessionárias, não são unânimes entre economistas. Parte dos estudiosos argumenta que a medida teve caráter eleitoreiro e gerou insegurança no mercado, o que prejudica investimentos e a saúde financeira das empresas. No entanto, há especialistas que dizem que a política beneficia o setor produtivo e a população, com reclamação apenas por parte de quem investe em ações.

Para o professor de economia Azenil Staviski, da Universidade Estadual de Londrina (UEL), a conta pelo erro de rever contratos com as companhias elétricas chegou com a redução dos investimentos, amplificada pela estiagem que prejudica a geração por hidrelétricas e faz com que aumente o uso de termelétricas, que são mais caras. Ele diz que o governo estuda "um remédio (elevar impostos) que pode matar o paciente". "Não é preciso uma receita maior, mas uma melhor gestão de recursos, que não vai ser feita por ser ano eleitoral", diz.

Por outro lado, o professor de economia Fabiano Dalto, da Universidade Federal do Paraná (UFPR), considera a medida positiva porque sobra mais dinheiro para a população e há aumento da competitividade das empresas. "O mercado financeiro tem um comportamento bastante político e, no caso da energia, o governo não tem de se pautar por interesses de financistas."

O coordenador do IBPT, Gilberto Luiz do Amaral, acredita apenas em um adiamento do reajuste na tarifa. "O governo está segurando o preço por questões eleitoreiras, mas vai subir bastante no próximo ano o valor da energia elétrica e dos combustíveis, porque o preço está muito defasado", diz, em relação ao que é cobrado no mercado internacional e aos custos das companhias do setor. (F.G.)

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