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Políticas anti-transgênicos estão matando africanos

Grande parte da África rejeitou a ajuda alimentar dos EUA por conter transgênicos


Um estudo publicado na revista PLoS One indica que os anos de atraso na introdução de culturas geneticamente modificadas na África estão causando mortes e prejuízos para os agricultores locais. Segundo a pesquisa, isso se deve às restrições que a Europa impôs aos transgênicos, o que afeta diretamente a África por ser seu principal importador desses produtos. 

A legislação da União Europeia não proíbe que o continente compre produtos geneticamente modificados de outros países. No entanto, a rotulagem precisa ser bem específica e deve conter um aviso caso aquele alimento tenha mais de 0,9% de produtos transgênicos inclusos na sua fabricação. 

Segundo o estudo, esse fator somado com a reclusa dos governos e agricultores africanos em adotar esse tipo de cultura vêm implicando na morte de muitas pessoas. Além disso, grande parte da África teria rejeitado uma ajuda alimentar oferecida pelos Estados Unidos por conter alimentos transgênicos.  

"Se o Quênia tivesse adotado o milho [geneticamente modificado] em 2006, teoricamente, entre 440 e 4 mil vidas teriam sido salvas. Da mesma forma, Uganda teve a possibilidade, em 2007, de introduzir a banana resistente à sigatoka negra, que poderia ter economizado entre 500 e 5.500 vidas na última década”, diz a pesquisa. 

Recentemente foi anunciado que um tipo de feijão-frade, resistente a doenças, estaria disponível para os agricultores em Benin, Níger e Nigéria este ano. Contudo, os realizadores do estudo, Justus Wesseler, Richard D. Smart, Jennifer Thomson e David Ziberman se mostraram preocupados com a mobilização de ativistas contra a prática. 

"Um atraso de um ano na aprovação, pode especialmente danificar a Nigéria, porque a desnutrição é generalizada lá ... [e] custou Nigéria cerca de 33 a 46 milhões de dólares e entre 100 e 3.000 vidas”, concluem os pesquisadores. 

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