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Ponta Grossa (PR) pode se transformar em pólo de biodiesel

Nos próximos dias um novo grupo poderá anunciar investimento de R$ 20 milhões


Em curto espaço de tempo, Ponta Grossa (PR) poderá se tonar um pólo de produção de biodiesel. Hoje, o Município tem um investimento certo no setor, anunciado no ano passado, já em fase de pré-operação. Outro empreendimento está em fase de negociação, com perspectivas superlativas de uma reposta positiva, já nos próximos dias. Num plano futuro, o governo municipal trabalha para receber uma das quatro usinas que investidores italianos pretendem construir no Brasil até 2008, duas delas no Paraná.

“Temos potencial e todas as condições de logística para fazermos de Ponta Grossa um complexo de biodiesel”, diz a secretária de Indústria, Comércio e Turismo, Liliana Ribas Tavarnaro. No quesito potencial, ela se refere à produção agrícola da região dos Campos Gerais, principalmente milho e soja, que este ano deve chegar a 2,7 milhões de toneladas, e às indústrias moageiras instaladas no Distrito Industrial Cyro Martins. Sobre a logística, a secretária destaca principalmente a proximidade com o Porto de Paranaguá, com facilidade de escoamento tanto pela rodovia e como pela ferrovia.

A proximidade com aduanas portuárias, por exemplo, é um dos pré-requisitos para a instalação no Brasil das fábricas anunciadas na última semana pelo primeiro-ministro da Itália, Romano Prodi, num investimento que totaliza US$ 480 milhões. Uma das usinas já tem instalação definida em Araucária. As demais, ainda não têm local definido, mas é certo que haverá mais uma unidade no Paraná e uma planta em Santa Catarina (próxima de portos, como Imbituba e Itajaí). A meta da Brasibiofuel é iniciar com uma produção de 360 milhões de litros por ano e chegar a 1,5 bilhão de litros por ano quando o projeto estiver completo. Inicialmente a empresa vai produzir biodiesel de girassol, mas já há estudos para a utilização de outras matérias-primas, como algodão, canola, pinhão manso e até soja.

O prefeito Pedro Wosgrau Filho iniciou conversações na última terça-feira, com o ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão, Paulo Bernardo, para que Ponta Grossa conte com o investimento do governo italiano. “O prefeito foi até o ministro para reivindicar esse investimento para Ponta Grossa, que, no caso de uma resposta afirmativa, representará a geração de renda, arrecadação de mais impostos para o Município e mais oportunidades de emprego para os ponta-grossenses”, diz a secretaria de Indústria e Comércio. No entanto, ela frisa que essa é uma decisão que virá dos investidores italianos.

Outro investimento do setor previsto para a cidade, que poderá ser anunciado nos próximos dias, está ligado ao terminal ferroviário da América Latina Logística (ALL) existente na cidade. “Esse é um processo e negociação que já dura seis meses”, revela a secretária Liliana Tavarnaro. Na próxima semana, o grupo que pretende investir na cidade terá uma nova rodada de negociações com a ALL, para fechar a planilha de custos do projeto. “Acertado esse detalhe, com os custos dentro do orçamento previsto, a instalação da usina deve ser imediata”, garante a secretária.

“Tratam-se de investidores brasileiros, que certamente buscarão uma associação com capitais estrangeiros”, diz a secretária, explicando que ainda não pode revelar o nome do grupo com o qual negocia e se reuniu na última semana.

O investimento chega a R$ 20 milhões, com previsão de venda de R$ 100 milhões por ano, dividida em 50% para o mercado interno e 50% destinada à exportação. A produção inicial, a partir do óleo de soja, seria de 100 mil toneladas ano, com capacidade para atingir 400 mil toneladas/ano.

Cidade já tem usina em pré-operação

O empreendimento no setor de biodiesel que se encontra em fase experimental em Ponta Grossa foi anunciado no ano passado e envolve a empresa paranaense Gama, sediada em Londrina, e a trading TSC, de capital austríaco. O grupo constituiu a Biodiesel Meridional TCS S.A. O investimento gira em torno de R$ 20 milhões, com faturamento previsto de R$ 50 milhões por ano.

Segundo Leonardo Nasser Gader­mann, diretor da empresa, a usina localizada na PR-151, na altura do Jardim Los Angeles, está em fase de pré-operação. A previsão é de uma produção de 24 mil litros de biodiesel por dia (cerca de 8 milhões de litros ano). Em sua capacidade máxima, a fábrica chegará a produzir 56 milhões de litros por ano, utilizando o óleo de soja, gordura animal e outros óleos alternativos (pinhão-manso e girassol). Em 60 dias, a Meridional TCS deverá iniciar um processo de esmagamento mecânico de 20% da soja utilizada na produção do biodiesel.

Para o diretor da empresa, a instalação de novas usinas na cidade é altamente positiva. “O mercado de energia obtida a partir de fontes renováveis é infinitamente crescente e não há uma concorrência direta”, diz o empresário, acrescentando que novos empreendimentos no setor virão para somar forças, gerando desenvolvimento para toda a cadeia produtiva da região.

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