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Ponta Grossa (PR) registra perdas nas lavouras de feijão

O que está comprometendo a produção da safra ‘das águas’ é o tempo


Parte dos produtores de feijão dos Campos Gerais, no Paraná, pode não colher o volume que planejou na época do plantio. O que está comprometendo a produção da safra ‘das águas’ é o tempo. “Os dias ensolarados dos últimos dias são benéficos para a planta, mas as chuvas da semana que antecedeu o Natal e as da semana passada comprometerem a qualidade do feijão em ponto de colheita”, explica José Roberto Tosato, agrônomo do Departamento de Economia Rural do núcleo regional da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento em Ponta Grossa (Deral/Seab).

O clima chuvoso deve interferir no resultado da produção regional. Inicialmente, a estimativa do Deral apontava para uma safra entre 90 mil toneladas e 95 mil toneladas, com produtividade média variando de 1,6 mil quilos por hectare a 2 mil quilos por hectare. “A colheita só terminará na primeira quinzena de fevereiro, então será preciso aguardar para ver se haverá grandes perdas”, explica Tosato. “Agora, as condições climáticas estão boas”, completa. Alguns agricultores iniciaram a colheita no final de novembro do ano passado.

O agrônomo lembra que na última safra das águas os produtores colheram entre 70 mil toneladas e 75 mil toneladas. A área ocupada com o feijão saltou de cerca de 54 mil hectares em 2006 para 63 mil hectares agora.

De acordo com o agrônomo da Empresa Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) de Ivaí, Eden José Janisch, entre 20% e 30% da área plantada (em torno de 8 mil hectares) com feijão apresenta problemas por causa das chuvas. “Em algumas destas propriedades a perda foi total, porém na maioria parcial. Nestas últimas, os produtores estão com o feijão brotado ou descolorido (chuvado) e quem conseguir vender este produto pode não conseguir bons preços”, fala Eden. Inicialmente, o município previa uma produção próxima de 9,6 mil toneladas. “Tivemos perdas, mas não é uma situação desesperadora”, garante Eden.

As chuvas castigaram também algumas lavouras em Tibagi. As perdas ainda estão sendo contabilizadas pelos técnicos da Emater daquela cidade e pela Plantibagi. “Quem perdeu em qualidade do produto perderá no valor comercial”, alerta William Renato Serenato, técnico da Plantibagi. As perdas deverão ser apresentadas nos próximos dias.

Cotação

Outra motivo de preocupação dos produtores é a cotação no mercado agrícola. Hoje, o preço pago aos ruralistas “não chega a ser razoável”, diz Tosato. Estão pagando pelo saco entre R$ 35 e R$ 40. “Se vender por menos o produtor não conseguirá pagar as despesas”, observa o agrônomo. O excesso de oferta, segundo ele, levou a Companhia Nacional do Abastecimento (Conab) comprar o feijão ainda no mês de dezembro. Outro motivo para tanto feijão no mercado seria a mudança dos hábitos alimentares. “As pessoas estão cada vez mais procurando comprar alimentos mais baratos”, comenta Tosato.

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