CI

Por que agricultores europeus protestam e os brasileiros não?

O ano de 2023 e o início de 2024 testemunharam uma onda de protestos entre os agricultores europeus


Foto: Redes Sociais

O ano de 2023 e o início de 2024 testemunharam uma onda de protestos entre os agricultores europeus, com manifestações que ecoaram em vários países do continente. Décio Luiz Gazzoni, engenheiro agrônomo, membro do Conselho Científico Agro Sustentável e da Academia Brasileira de Ciência Agronômica, em seu recente artigo, destacou as complexidades por trás desses eventos e lança luz sobre as razões profundas que levaram os agricultores às ruas.

Os protestos tiveram início na Holanda, onde os agricultores expressaram seu descontentamento com as propostas do governo de implementar medidas rigorosas para reduzir as emissões de óxidos de nitrogênio. Segundo Gazzoni, as medidas afetariam diretamente a produção agrícola e pecuária, gerando incertezas e preocupações entre os agricultores.

Na Bélgica, os agricultores compartilham das mesmas preocupações, especialmente em relação ao controle do uso de nitrogênio, que desempenha um papel crucial na agricultura desses países. Enquanto na França, os protestos se voltaram contra a excessiva burocracia e a importação de produtos agrícolas, entre outras questões.

Gazzoni destaca que os agricultores europeus veem nos protestos uma forma de resistir à agenda de sustentabilidade da União Europeia, que impõe regulamentações mais rígidas e ameaça sua competitividade.

Por outro lado, Décio Gazzoni faz uma comparação com a realidade dos agricultores brasileiros, que, segundo ele, têm motivos diferentes para não protestar. No Brasil, a ausência de uma dependência significativa de subsídios, a competitividade própria da agricultura brasileira e a adaptação às legislações ambientais são citadas como razões para a falta de manifestações semelhantes.

O artigo ressalta que, enquanto os agricultores europeus lutam pela manutenção dos subsídios e por políticas mais flexíveis, os agricultores brasileiros se destacam pela capacidade de se adaptar e pela autonomia em relação ao governo. Os protestos dos agricultores europeus evidenciam as tensões entre as demandas por sustentabilidade e as necessidades da agricultura moderna. Ao mesmo tempo, contrastam com a realidade de um agronegócio brasileiro que, embora enfrente desafios, mantém-se resiliente e inovador.

Assine a nossa newsletter e receba nossas notícias e informações direto no seu email

Usamos cookies para armazenar informações sobre como você usa o site para tornar sua experiência personalizada. Leia os nossos Termos de Uso e a Privacidade.