Por que o preço do trigo sobe durante a colheita?
Isso acontece também no exterior
De acordo com a TF Agroeconômica, os preços do milho vêm aumentando conforme a colheita avança. “Não é apenas no Brasil que os preços do trigo estão subindo, nem é apenas no Brasil que os agricultores estão retendo trigo: os triticulcores argentinos estão fazendo isto, os russos e os americanos, também. Justamente porque os preços do trigo estão subindo em todo o mundo os agricultores relutam em vender. Então, temos fatores de alta e de baixa tanto no mercado interno como no mercado internacional”, indica.
No mercado internacional, o trigo em Chicago fecha a primeira quinzena de outubro com alta de 7% para a posição de dezembro, tendo subido 14,9% nos últimos trinta dias. Kansas fechou, para o mesmo período, com alta 9,6% para dezembro. Nos últimos trinta dias subiu 19,2%. Dentre os fatores de alta estão a seca nos EUA, Rússia, Ucrânia e Argentina e preços sustentados no Mar Negro. Para baixo, puxam as vendas técnicas.
Já no mercado interno, os preços do Paraná estão subindo mais ou menos a cada 10 dias. Dentre os fatores de alta estão os estoques finais brasileiros excessivamente apertados, a inversão no consumo, os agricultores capitalizados e as altas da soja e do milho. Para os fatores de baixa se destacam a lentidão com que as vendas de trigo em grão estão sendo feitas e o aumento dos preços da farinha.
“Os moinhos estão num dilema inusitado: pagam os preços atuais do trigo, que não remuneram as farinhas, mas, talvez sejam menores diante da possibilidade de alta a médio e longo prazos desta matéria-prima, contando com altas futuras as farinhas? Queimam gordura adquirida durante o ano (que gordura? dirão alguns) tentando sobreviver para buscar lucratividade depois, mas... a preços mais altos? Há uma máxima de que quanto maior o preço do trigo melhor para os moinhos. Os estoques apertados no RS deverão manter elevados os preços do trigo gaúcho e, consequente, o das suas farinhas, ao contrário dos anos anteriores”, conclui.