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Porto de Paranaguá (PR) terá mais 800 metros de cais


O governador do Paraná, Roberto Requião, e o ministro dos Transportes, Anderson Adauto, firmaram ontem o compromisso de realizar parcerias entre os governos federal e estadual para recuperar estradas, complementar obras de pavimentação de rodovias e ampliar o cais do Porto de Paranaguá. Os entendimentos foram mantidos em duas reuniões, uma no Palácio Iguaçu, em Curitiba, e outra em Paranaguá.

Durante os dois encontros, dos quais também participaram os secretários estaduais da área econômica, o governador destacou que as obras podem ser realizadas a preços bem inferiores aos estabelecidos em administrações anteriores. ´No caso da ampliação do cais do porto, é possível reduzir os custos em até dois terços´, estimou Requião. A previsão inicial era de que a obra custaria cerca de R$ 190 milhões.

A meta é ampliar o cais em mais 820 metros, criando espaço para a atracação simultânea de mais três navios. Hoje, a capacidade é para 16 embarcações. As obras, que incluiriam o aprofundamento do canal de acesso ao porto, já estavam em fase de licitação, mas a concorrência foi suspensa por determinação do presidente Luis Inácio Lula da Silva, que busca uma maior transparência em todas as concorrências federais que estavam em andamento quando de sua posse.

O ministro Anderson Adauto elogiou a proposta do governador Roberto Requião de realizar um estudo para o barateamento dos custos e a parceria para a execução das obras. ´Se conseguirmos um preço mais barato, vamos abrir mão do trabalho das empreiteiras e seguir a sugestão do governador´, afirmou o ministro. O Paraná, destacou ainda Adauto, ´vai contar com todo apoio do Ministério dos Transportes pois o presidente Lula confia nos princípios de Requião´.

O governador também pleiteou ao ministro a volta da concessão do Porto de Paranaguá ao Estado do Paraná. Hoje, o Paraná tem apenas a permissão de uso. ´A concessão é fundamental para a transformação do porto numa zona alfandegária de produção e para que o principal terminal portuário de um Estado agropecuário não seja privatizado´, argumentou o governador. ´Vamos reanimar o porto, atraindo empresas que possam importar produtos com mais facilidade e exportar a custo zero´.

Ainda com o objetivo de tornar o porto mais produtivo, o governador defendeu a redução dos fretes do transporte. ´Uma das formas para que isso aconteça é diminuir ou acabar com os pedágios´, argumentou Requião. Outro pedido do Governo do Estado ao ministro foi a recuperação de 14 quilômetros de vias que dão acesso ao Porto de Paranaguá. São ruas por onde trafegam cerca de 1,4 milhão de caminhões ao ano.

O superintende do porto, Eduardo Requião, disse que a receita cambial do terminal chega a R$ 8,5 bilhões ao ano, ou 1,2% do PIB do país. ´Se conseguirmos ampliar o cais, essa receita poderá subir proporcionalmente em cerca de 30%´, apontou. Também em defesa das obras, o secretário da Agricultura, Orlando Pessuti, disse que um porto mais amplo ajudará toda a agropecuária paranaense e reforçou a proposta de reduzir o pedágio nas estradas.

O ministro dos Transportes afirmou que tem muito interesse em atender as reivindicações do Paraná. ´Temos uma grande vontade de fazer tudo isso e de forma bem feita´, destacou Anderson Adauto. ´A proposta de redução de custos nas obras do porto e em rodovias e de parceria com o Estado, apresentada pelo DER do Paraná, é bastante interessante e pode servir de exemplo ao país. Vamos levar tudo isso em conta, mas sempre com a preocupação de buscar o interesse nacional´, afirmou.

Sobre a recuperação de estradas e complementação de obras de asfaltamento no Paraná, o secretário dos Transportes, Waldyr Pugliesi, e o diretor do DER, Rogério Tizzot, passaram ao ministro uma relação de obras prioritárias. Entre elas, estão as conclusão da Estrada da Ribeira (BR-476); a pavimentação da Estrada Boiadeira (BR-487); e ainda a restauração da BR-163, entre Marechal Cândido Rondon e Guaíra; da BR-116, na divisão do Paraná com Santa Catarina; e da BR-153, entre Santo Antonio da Platina e Ibaiti.

O secretário Waldyr Pugliesi lembrou que os recursos para a conclusão dos 40 quilômetros que restam para o asfaltamento da Estrada da Ribeira e para o término da Boiadeira, também conhecida como Estrada do Cerne, constam do orçamento da União. ´O orçamento de 2001 dispunha de R$ 26 milhões para essas duas obras, mas os recursos não foram direcionados´, lamentou. ´Para 2003, no entanto, há uma previsão de R$ 30 milhões para essas estradas´.

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