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Portos do Paraná monitoram manguezais em Paranaguá e Antonina

Seis manguezais no entorno dos portos de Paranaguá e Antonina são monitorados regularmente

Os seis manguezais no entorno dos portos de Paranaguá e Antonina são monitorados regularmente. Neste ano, foram quatro atividades de atenção e cuidado voltadas ao ecossistema. Ao longo desta semana, uma equipe de técnicos dos Portos do Paraná trabalhará na análise dos dados coletados. Além de mostrar as condições ambientais da região, o Programa de Monitoramento de Manguezais tem o objetivo de subsidiar ações de conscientização da importância do manguezal.

“Os dados que coletamos mostram a evolução das estruturas e nos ajudam a desenvolver ações de comunicação social e educação ambiental, para difundir informações junto às comunidades vizinhas sobre a importância destes ecossistemas”, explica o diretor de Meio Ambiente dos Portos do Paraná, João Paulo Santana.

Em Paranaguá, são acompanhados os bosques do Rocio, Oceania e Amparo. Em Antonina, o monitoramento acontece em Ponta do Félix, Mangue de Areia e Barão de Teffé. Um manguezal da Ilha do Mel também faz parte do programa.

A última atividade neste mês de março foi o monitoramento fitossociológico. “Trata-se do acompanhamento do estado de conservação dos manguezais através da análise de dados de sobrevivência, mortalidade e crescimento de indivíduos arbóreos adultos típicos dessa formação”, disse a bióloga e analista portuária Juliana Lopes Vendrami.

Segundo ela, para o monitoramento são instaladas as chamadas parcelas permanentes: áreas delimitadas de até 100 metros em cada manguezal. São, ao todo, 23 parcelas instaladas: cinco na região do Rocio, três na Oceania, nove na comunidade de Amparo, dois na Ponta do Félix, dois no Mangue de Areia, e outros dois no Barão do Teffé.

As árvores das três espécies típicas – o mangue-preto (Avicennia schaueruana), o mangue-branco (Laguncularia racemosa) e o mangue-vermelho (Rhizophora mangle) – receberam uma placa de alumínio com números com o objetivo de identificar os indivíduos arbóreos. “Para cada árvore plaqueada, são anotadas trimestralmente as variáveis de altura total, diâmetro na altura do peito e sobrevivência. A partir desses dados, calcula-se os parâmetros fitossociológicos (densidade e dominância)”, explica Juliana.

Em cada parcela, é delimitada ainda uma área menor em que são monitoradas a quantidade e a identidade de plantas jovens das espécies arbóreas. Desde dezembro de 2018, os Portos do Paraná avaliam a abundância de outras plantas denominadas de epífitas, plantas que vivem sobre outras plantas, e a salinidade do ecossistema.

Campanha

A primeira atividade de 2019 aconteceu nos manguezais das áreas do Rocio e Oceania, em Paranaguá, entre 7 e 18 de fevereiro, com o monitoramento de processos erosivos.

“Trata-se da análise balanço de sedimentos, decorrentes da erosão e sedimentação. São fenômenos que ocorrem naturalmente no ambiente, mas podem sofrer modificações em virtude das atividades humanas. Para esse programa, são realizados perfis topográficos bimestralmente”, conta a bióloga.

Em 19, 20 e 21 de fevereiro foram feitas limpezas dos manguezais. “A limpeza dos bosques de mangue têm como objetivo sensibilizar e conscientizar a população local da importância dos ecossistemas e inclui campanhas bimestrais de retirada de resíduos sólidos encontrados”, completa.

Programa

Ao todo, os Portos do Paraná desenvolvem 18 programas ambientais, vinculados às Licenças de Operação de Paranaguá e Antonina e à Licença de Instalação das obras de Adequação dos Berços 201/202.

O Programa de Monitoramento de Manguezais engloba monitoramento fitossociológico; a limpeza dos bosques de mangue do Rocio e Oceania; e o monitoramento de processos erosivos.

Manguezais são importantes para sustentação da biodiversidade
O manguezal é um ecossistema costeiro de transição entre os ambientes terrestre e marinho. Essencial para o equilíbrio ambiental e para a manutenção da vida marinha, esse bioma abriga uma grande biodiversidade e consiste em um berçário natural para várias espécies marinhas, onde peixes, moluscos e crustáceos se reproduzem e se alimentam.

O manguezal sofre grande influência do regime de marés e se desenvolve em regiões protegidas como baías e desembocaduras de rios.

No Brasil encontramos as maiores extensões de manguezais do mundo, aproximadamente 25 mil quilômetros quadrados, o que corresponde a 12% das florestas de mangue existentes. No Complexo Estuarino de Paranaguá a área ocupada pelos manguezais é de aproximadamente 250 quilômetros quadrados.

Quando mencionamos as espécies vegetativas que vivem nesses ecossistemas, falamos do Mangue-preto (Avicennia schaueruana), Mangue-branco (Laguncularia racemosa) e Mangue-vermelho (Rhizophora mangle), além das epífitas (plantas que vivem sobre essas outras espécies, sem causar nenhum prejuízo).

Em relação à fauna, os manguezais são abrigos dos caranguejos, de muitos peixes, como os robalos, bagres e tainhas. e de algumas aves marinhas.
 

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