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Pouca oscilação nas cotações do trigo

A partir do meio da semana os preços voltaram a melhorar no mercado brasileiro


As cotações do trigo em Chicago, igualmente pouco oscilaram nesta semana de relatório do USDA. Após o anúncio do mesmo, na quinta-feira, dia 09/11, o mercado fechou em leve alta, atingindo a US$ 4,29/bushel, contra US$ 4,26 uma semana antes.

O relatório apontou o seguinte, para 2017/18:

1)Manteve a estimativa de produção para os EUA em 47,4 milhões de toneladas;
2)Reduziu um pouco os estoques finais estadunidenses, agora ficando em 25,4 milhões de toneladas, contra 26,1 milhões em outubro;
3)Preços médios aos produtores estadunidenses mantidos entre US$ 4,40 e US$ 4,80 para o conjunto do ano de 2017/18;
4)Produção mundial de trigo estimada em 752 milhões de toneladas, contra 751,2 milhões em outubro;
5)Estoques finais mundiais em 267,5 milhões, contra 268,1 milhões de toneladas em outubro;
6)Produção da Argentina estimada em 17,5 milhões de toneladas e exportações de 11,7 milhões;
7)Produção do Brasil estimada em recuo para 4,9 milhões de toneladas, com importações em aumento para 7,5 milhões de toneladas.

Durante a semana o mercado chegou a iniciar um movimento de alta, após atingir o pior patamar em seis meses na semana passada, porém, a grande oferta mundial inibiu maiores progressos nos preços internacionais do cereal.

No Mercosul, a tonelada FOB para exportação fechou a semana entre US$ 180,00 e US$ 200,00, com pequena melhora em relação às semanas anteriores.

No Brasil, os preços estabilizaram durante a semana, com os vendedores segurando o produto na expectativa de preços melhores nas próximas semanas devido a forte quebra de safra no Brasil, a quebra igualmente nos vizinhos do Mercosul, particularmente no Paraguai, e a manutenção de um câmbio próximo a R$ 3,30 por dólar, o qual deixa menos competitivo o trigo importado.

A colheita no Paraná chegou a 90% da área, enquanto no Rio Grande do Sul a mesma se aproxima de 50%, embora algumas chuvas localizadas ocorridas na semana. Na Argentina, a colheita chegava apenas a 3,5% da área nesta semana.

Vale ainda destacar que a quebra no Paraguai e demais vizinhos do Mercosul deverá reduzir bastante os excedentes exportáveis desta região para o Brasil, atingindo particularmente o Paraná (cf. Safras & Mercado).

Enfim, a partir do meio da semana os preços voltaram a melhorar no mercado brasileiro. O balcão gaúcho fechou a semana na média de R$ 29,83/saco, enquanto os lotes ficaram em R$ 36,00/saco, porém, com viés de alta. No Paraná, os lotes oscilaram entre R$ 39,60 e R$ 40,80/saco, enquanto o balcão pagou de R$ 32,00 a R$ 34,00/saco. Em Santa Catarina, os lotes chegaram a R$ 35,40/saco, enquanto o balcão girou entre R$ 31,00 e R$ 32,00/saco, diante da pressão momentânea da colheita. Vale sempre destacar que o trigo de qualidade superior no Brasil tende a continuar com elevação de preços diante da atual conjuntura de oferta regional de trigo. No Paraná, inclusive o trigo inferior não está mal cotado, atingindo na semana o valor de R$ 34,20/saco, especialmente o do tipo 2, havendo pedido de vendedores a R$ 36,60/saco no momento (cf. Safras & Mercado).

Enfim, a continuidade da alta nos preços internos do trigo irá depender agora, após a constatação de forte quebra no volume e na qualidade da produção nacional, do comportamento do câmbio no Brasil. Em o mesmo se mantendo nos atuais níveis de R$ 3,30, haverá valorizações do produto local. Em o Real voltando ao patamar de R$ 3,10 a R$ 3,20 por dólar, o produto importado ficará novamente mais competitivo, embora já haja um sinal de elevação nos preços de exportação dos vizinhos países do Mercosul.

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