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PR: governo começa a pagar indenizações de sacrifício de animais por tuberculose

Mais de R$ 415 mil já foram pagos



A Secretaria estadual da Agricultura e do Abastecimento anuncia os primeiros pagamentos de indenizações a produtores rurais que tiveram animais sacrificados em função de terem contraído tuberculose. De acordo com o secretário da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara, até agora foi pago um total de R$ 415.716,34 em indenizações correspondentes ao sacrifício de 330 animais positivos para a doença, provenientes de 51 produtores do Estado. 

A indenização é válida somente para animais de raças leiteiras e foi instituída pela Secretaria da Agricultura para melhorar a qualidade do leite no Paraná. A medida está prevista no Programa Estadual de Controle e Erradicação da Tuberculose e Brucelose, executado pela Agência de Defesa Agropecuária (Adapar) que passa a exigir, a partir desta segunda-feira (02.06), a comprovação de que os animais que fornecem leite entregue nas indústrias paranaenses estejam livres de tuberculose e brucelose. 

Como não há tratamento viável em animais com tuberculose, a única recomendação é o sacrifício. “Ao perceber a velocidade no pagamento das indenizações, o programa que está sendo executado pela Adapar ganha a confiança do produtor que passa a contribuir para eliminar essa zoonose”, disse o secretário. 

Os recursos são do Fundo de Equipamento Agropecuário (Feap), do governo do Estado, constituído em parte com taxas de defesa sanitária animal cobradas pela Adapar que são revertidas para o amparo de ações em Defesa Sanitária. Segundo a fórmula utilizada para o pagamento das indenizações, o Estado paga 70% da arroba do boi gordo no dia do abate, considerando rendimento médio de carcaça de 50%, ou seja, metade do peso vivo do animal. 

Desde que foi instituído esse programa, os produtores de leite estão se mobilizando para agilizar os exames que estão sendo exigidos em seus rebanhos, informou Rafael Gonçalves Dias, gerente de Saúde Animal da Adapar. Em função disso, o número de exames realizados por médicos veterinários habilitados pelo Ministério da Agricultura e pela Adapar avançaram para cerca 150 mil por mês, considerado um número elevado. 

O aumento dos abates e mobilização para realização de exames são procedimentos considerados positivos porque são indicativos que a Adapar passa a ter o controle real da incidência da tuberculose no rebanho leiteiro. Antes, os casos conhecidos eram resultado de ações da fiscalização nas propriedades, explicou Gonçalves Dias. 

O diretor-presidente da Adapar, Inácio Afonso Kroetz, alerta para a importância do produtor comunicar a incidência de doenças do rebanho bovino para a Adapar. No caso da tuberculose – explica - a doença não tem vacina disponível e é transmissível ao ser humano. O desafio é manter a sanidade na propriedade com animais sadios e fazer exames periódicos para atestar a ausência dessas enfermidades. “Caso haja contaminação, o animal deve ser sacrificado imediatamente para o saneamento adequado da propriedade”, disse. 

O secretário Norberto Ortigara disse que está ciente dos impactos econômicos dessas medidas junto aos produtores, mas salientou que toda essa ação está sendo combinada com o setor produtivo. “Fizemos várias reuniões com os representantes, dos produtores, das indústrias, dos pequenos laticínios, cooperativas e todos estão cientes que é preciso uma ação mais ousada para melhorar a qualidade do leite que está sendo entregue na indústria para que possam ganhar mais, inclusive podendo habilitar o Paraná a exportar produtos lácteos”, lembrou. 

TECPAR 

O Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar) é o único laboratório no Brasil a produzir a Tuberculina, antígeno aplicado pelos médicos veterinários para realizar o exame de tuberculose nos animais e a produção está se revelando insuficiente para atender o aumento da demanda. De acordo com o secretário Ortigara, o Tecpar procurou a Secretaria da Agricultura para estabelecer uma parceria para instalação de uma nova planta industrial para elevar a produção do antígeno. 

A demanda por esse produto cresceu muito no Estado por causa do programa de erradicação da tuberculose e a tendência é aumentar mais ainda com o ingresso de outros estados que já manifestaram a intenção de copiar o modelo paranaense como Rio Grande do Sul, Goiás e Minas Gerais. 

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