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PR busca alternativa aos produtores de fumo diante da lei que proíbe o cigarro

A Secretaria da Agricultura e do Abastecimento (Seab) já está buscando alternativas de geração de renda para os produtores de fumo no estado


A Secretaria da Agricultura e do Abastecimento (Seab) já está buscando alternativas de geração de renda para os produtores de fumo no Paraná. Para o secretário Valter Bianchini, a idéia é adequar a produção à lei, em votação na Assembléia Legislativa, que vai proibir o cigarro em ambientes fechados em todo Estado. “O Paraná está se adequando à tendência mundial de restrição ao fumo e, por isso, nossos agricultores devem ser preparados para uma redução drástica da demanda por tabaco a médio e longo prazos”, alerta.

O secretário Bianchini entende que os produtores de fumo, a maioria pequenos agricultores familiares, devem ter alternativas de produção viáveis para manter a sustentabilidade no meio rural. Para ele, a iniciativa da Assembléia Legislativa chama a atenção para um problema que a Secretaria da Agricultura vem alertando há algum tempo: a necessidade de redução da dependência dos agricultores paranaenses da região Centro-Sul ao plantio de fumo.

Segundo o secretário, o aumento da pressão nacional e internacional pela redução do uso do tabaco vai conscientizando o produtor da necessidade de reduzir sua dependência da produção do fumo que, em alguns municípios da região Centro-Sul, se transformou em monocultura. Em muitas propriedades rurais, mais de 70% da renda vem da cultura.

De acordo com o Departamento de Economia Rural (Deral) da Seab, o Paraná é terceiro maior produtor de fumo, com uma produção de 146 mil toneladas na safra 2008/09, que ocupam cerca de 75 mil hectares. São cerca de 35 mil pequenos produtores, a maioria da região Centro-Sul do Estado, que cultivam fumo no Paraná.

Há aproximadamente um ano, a Emater vem coordenando um projeto de diversificação da produção para reduzir a dependência da produção de fumo. O projeto, que prevê a conscientização dos agricultores, está sendo desenvolvido em parceria com o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA).

O projeto envolve inicialmente o atendimento a 720 famílias de sete municípios - Prudentópolis, Ivaí, Mallet, Rio Azul, Rebouças, Irati, Fernandes Pinheiro e Teixeira Soares – e que manifestaram a intenção de se fortalecerem em outras atividades para sair definitivamente do plantio do tabaco.

Essas famílias vão servir como referência para os demais produtores que queiram diversificar suas propriedades. Elas estão sendo incentivadas a produzir leite e frutas na região.

O projeto proporciona atividades como seminários, debates, excursões para outras regiões para discutir as alternativas mais viáveis, explica a coordenadora do projeto e gerente regional da Emater de Irati, Lucia Wisniewski. Também facilita o acesso ao crédito do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) para financiar o custeio e investimentos para aplicar em outras atividades como a agroindústria familiar e o turismo rural.

Segundo a coordenadora, a principal preocupação dos agricultores que querem fazer a troca recai sobre o mercado e a comercialização, já que no plantio de fumo eles têm a garantia de compra por parte das indústrias.

Para isso, a Seab conseguiu recursos junto à Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) para garantir a compra da produção de alimentos das famílias que estão diversificando suas propriedades. Os alimentos serão destinados à merenda escolar.

Outra iniciativa da Seab na oferta de alternativas de produção foi o lançamento do programa de multiplicação de sementes básicas de feijão em Prudentópolis, no último dia 15. O projeto-piloto é voltado à melhoria de padrão genético da cultura de feijão, mediante o repasse de sementes básicas produzidas pelo Iapar.

Depois da devida multiplicação, as sementes de qualidade serão distribuídas para os agricultores familiares do município. O programa visa o aumento da produtividade para proporcionar mais renda aos produtores.

Ainda em Prudentópolis, os esforços da Seab e Emater para incentivar a troca do fumo por outras culturas estão apresentando seus primeiros resultados. Já é visível a força da fruticultura no município com a produção de maracujá e morango.

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