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Praga do algodão agora chega à lavoura de soja

A mosca branca vem atacando com severidade também as de soja


Praga típica de lavouras de algodão, a mosca branca vem atacando com severidade também as de soja. A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa Soja) recebeu relatos de surtos no Oeste da Bahia e em Goiás. Em Mato Grosso o inseto também ataca com severidade as lavouras do Sul do estado.

O problema vem sendo o combate ao inseto. O custo de cada aplicação é, em média, de 20 sacas de soja por hectare, metade do valor da aplicação para ferrugem, que é o principal problema da sojicultura atual, segundo a Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso (Aprosoja).

De acordo com o pesquisador da Embrapa Soja, Daniel Sosa Gomez, é considerado surto quando o número de ninfas por folha é superior a 30. O problema, segundo ele, é que a mosca branca tem alta resistência a inseticidas e poucos desses produtos têm eficácia no combate. "Os mais altamente recomendados costumam ser os mais caros", afirma.

A pesquisadora Lúcia Vivan, da Fundação MT, explica que para economizar o sojicultor está aplicando produtos de menor qualidade. "O que demanda várias aplicações, não funciona e ainda cria resistência no inseto", afirma. Ela conta que vem sendo verificado em campo perda de produtividade de até 60% nos ataques mais severos do inseto. Gomez informa que as perdas podem chegar a até 80%.

Em Mato Grosso, nesta safra há relatos de incidência alta na região Sul, principalmente nos municípios de Rondonópolis, Pedra Preta, Itiquira e Primavera do Leste. "O ataque atingiu nível em que plantas estão morrendo e muitas folhas estão com fumagina", relata Lúcia.

O produtor Eraí Maggi afirma que a incidência da praga está muito forte em Campo Novo do Parecis (MT), onde ele tem propriedade. "Perdemos pouco, em torno de 15 a 20 sacas na área toda, que é de 120 mil hectares. No entanto, gastamos US$ 30 por hectare em cada aplicação, valor com o qual são feitas três aplicações para combate a ferrugem", diz.

A pesquisadora da Fundação MT acredita que a extensão do ataque da praga do algodão para a soja se deveu ao plantio de feijão no vazio sanitário - período da entressafra (de 60 a 90 dias) em que é proibida a permanência de soja no campo. "A lavoura de feijão, de algodão, tomate e melancia, hospedam a mosca branca", complementa Lúcia.

A mosca branca deposita na folha da planta ovos, que geram as ninfas, que sugam as plantas, causando perda da produtividade, principalmente se incide no enchimento de grãos. Além disso, transmite o vírus da necrose da haste, causando a morte.

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