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Pragas podem causar prejuízos no hemisfério norte

“A elevação das temperaturas médias poderá aumentar a população de insetos nas regiões temperadas"


Um estudo coordenado pela Universidade de Washington e com a participação de outras universidades norte-americanas, como a de Stanford e publicado na revista Science indicou que o aumento da temperatura poderia aumentar a população de insetos em países concorrentes do Brasil. De acordo com Coriolano Xavier, membro do Conselho Científico Agro Sustentável (CCAS) e Professor da ESPM, as pragas podem se tornar mais agressivas e vorazes no hemisfério norte. 

“A elevação das temperaturas médias poderá aumentar a população de insetos nas regiões temperadas, pois temperaturas mais altas favorecem a taxa reprodutiva dos insetos, nessas áreas. O estudo também indica que o aumento do calor nessas regiões deve aumentar a taxa metabólica dos insetos, de forma exponencial, tornando-os mais famintos. Como se vê, um potencial impacto negativo sobre produtividade, preços e até segurança alimentar”, escreveu. 

Nesse cenário, o especialista alerta para os impactos negativos que essas mudanças climáticas e seu consequente aumento no número de insetos podem causar em algumas das culturas mais cultivadas no mundo. Segundo ele, com um aumento de 2ºC, alguns cultivos poderiam sofrer perdas de até 50% na produção. 

“A pesquisa aponta, ainda, para perdas que poderiam afetar culturas como milho, arroz e trigo, estimando de 10% a 25% a cada grau Celsius de elevação na temperatura média, dependendo o cultivo. Lembrando que entre a comunidade científica mundial já se raciocina com a hipótese do aumento de 2º C”, comenta. 

Para Xavier, os países no hemisfério norte terão que usar medidas emergenciais para conter o avanço dos insetos, como aumento no uso de pesticidas, por exemplo. “Lembra o manejo integrado de pragas, consagrado pela pesquisa científica brasileira, e que permite ao nosso agricultor uma gestão bem-sucedida e segura das infestações, gerenciando a maior voracidade típica dos insetos no mundo tropical e mantendo níveis muito bons de produção, produtividade e qualidade geral dos alimentos”, conclui. 

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