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Preço alto aquece colheita de arroz

Produtor gaúcho retém grão no campo para tentar obter maior rentabilidade na safra deste ano


A cotação do arroz começa a semana nas alturas. Depois dos maiores picos já registrados em plena colheita, a tendência é que a cotação da saca de 50 quilos se mantenha, no mínimo, no patamar de R$ 24,92, conforme fechamento do Cepea/Esalq na última sexta-feira. O preço equipara-se a parâmetros da entressafra do grão. Só de 2006 para cá, a valorização chega a 45,7%.


De acordo com o assessor de Mercado do Irga, Tiago Barata, a escalada acompanha o cenário internacional, que propiciou a elevação de quase 30% na cotação da tonelada nos últimos dias com relação ao início do mês. As altas foram mais evidentes em países com tradição em embarques como a Tailândia, que tenta frear as exportações para garantir o abastecimento interno. A tonelada subiu de 624 dólares (FOB) para 795 dólares (FOB) no país, valor que supera em 99,2% os 399 dólares (FOB) do começo do ano.

A disparada é sustentada por fatos concretos, como os baixos níveis dos estoques mundiais. "Tradicionais exportadores como Tailândia, Egito, Vietnã e China estão taxando as vendas do grão", argumenta. Outro motivo que interfere é o avanço das culturas bioenergéticas, principalmente soja e milho, que acabaram ocupando espaços antes explorados com o plantio de arroz. "Esses produtos estão muito valorizados na bolsa de mercados futuros", destaca.


No Rio Grande do Sul, a colheita do grão atinge 55% das lavouras. Barata ressalta que o índice deveria estar perto dos 80%, mas isso se justifica. "Os produtores estão animados com os preços e, por isso, seguram ao máximo o produto", afirma Barata. Os que estão com estoque armazenado usam EGF enquanto aguardam o melhor momento para comercializar o cereal.

O presidente da Federarroz, Renato Rocha, afirma que o preço do arroz está melhor do que em anos anteriores, mas ainda não cobre o custo de produção (R$ 26,00).

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