Enquanto o agricultor está comemorando o valor que está sendo comercializado a saca de arroz com casca em R$ 32,00, o consumidor deverá começar a pagar o quilo nos supermercados até a R$ 2,00. A previsão é dos gerentes das cooperativas do Sul do estado. O final da colheita está previsto para a próxima semana. A previsão é que a produção no Sul chegue a 70 mil toneladas.
O gerente administrativo financeiro da Cooperativa Agropecuária de Jacinto Machado Cooperja), Carlos Wilk, o mercado é bastante instável, mas este ano a situação está favorável para o agricultor. "Nunca houve tantos fatores positivos para os preços se manterem aquecidos."
O primeiro trimestre foi marcado por uma intensa especulação por preços. No Brasil, o consumo é maior do que a produção, o a indústria tem pouca oferta de matéria-prima e o governo está com baixo estoque. Além disso, grande parte dos países exportadores vai enviar sua produção para o Iraque em função da guerra. Para suprir a demanda, a produção no país teria de ser em torno de 12 milhões de toneladas, mas este ano o volume de arroz colhido chegou somente a 10,5 milhões de toneladas.
A safra catarinense saiu na frente em relação ao Rio Grande do Sul. "É difícil prever como será a situação daqui pra frente", comenta o presidente da Cooperja, Vanir Zanatta. Por outro lado, a qualidade dos grãos nesta safra também é superior a do ano anterior.
Mesmo com a estiagem no mês de janeiro, a safra não foi afetada e a floração contou com o retorno do período de chuva. Para a próxima safra, as cooperativas já estão começando a negociar os preços dos insumos. O técnico agrícola Herlon Motta da Cooperativa acredita que com a baixa do valor do dólar, os agricultores poderão comprar os insumos mais baratos e novamente vislumbrar uma boa colheita para a próxima safra.