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Preço alto estimula expansão de plantio

Cotações maiores de soja, algodão e milho devem ajudar no aumento do cultivo


Cotações maiores de soja, algodão e milho devem ajudar a impulsionar aumento no cultivo. Os atuais preços da soja - em níveis próximos aos do "boom" de 2004 - vão estimular o produtor a aumentar a área cultivada com a oleaginosa. Com isso, a previsão é que o País colha um volume recorde de 63,1 milhões de toneladas do grão, 8,2% a mais que na temporada passada; e uma safra total de 139,97 milhões de toneladas, acréscimo de 6,7%. As estimativas do governo saem em outubro.

De acordo com estudo exclusivo da Cogo Consultoria Agroeconômica a área total cultivada no Brasil será de 48,1 milhões de hectares, um aumento de 4,4% na comparação com a safra passada. O maior incremento virá da soja - cerca de 2 milhões de hectares a mais e 4,5 milhões de toneladas superiores à colheita anterior. Os números foram projetados para condições climáticas normais e um câmbio entre R$ 1,85 e R$ 1,90.

"Não me assustaria se a área de soja aumentasse mais de 10%", avalia o diretor da empresa, Carlos Cogo. Pelas projeções da consultoria, a superfície cultivada com o grão será de 22,8 milhões de hectares.

O produtor Fábio Barros, de Sertaneja (PR), por exemplo, vai passar de 200 para 500 hectares de soja na safra atual. Segundo ele, além das cotações mais elevadas da oleaginosa, a necessidade de rotação de cultura e a perspectiva da ocorrência do fenômeno La Niña também determinaram a escolha. "O milho tem maior risco climático e menor liquidez", avalia. Além disso, segundo ele, o aumento do custo de produção foi maior para o cereal que para a oleaginosa.

Cogo explica que o estímulo à elevação da área de soja é o preço. Ontem, em Paranaguá (PR), o grão era cotado a US$ 18,80 a saca (60 quilos) - para US$ 18,10 em março de 2004. Ele acrescenta que, diferente do milho - que pode ter mudança na safra dos Estados Unidos - na soja "não há mais nada para acontecer que venha a derrubar a cotação". Pelas projeções, na temporada atual, a relação estoque e consumo mundial será de 22,2% - em 2004 foi de 19,8% - garantindo os preços atuais.

Os valores praticados atualmente para a oleaginosa elevam a rentabilidade do produtor, prevista para 18,1% (margem líquida sobre o custo total) no Paraná - na colheita passada a maior foi de 3,8%.

Outro produto com aumento de área estimulado por preços é o algodão. A previsão da Cogo Consultoria Agroeconômica é de uma superfície cultivada de 1,2 milhão de hectares, 10% a mais que na passada. Segundo o consultor, há déficit mundial de produção em relação ao consumo, elevando as cotações. Com isso, ele projeta uma rentabilidade de 7,4% a 11,5%, dependendo da região - para 1% a 3,4% na safra 2006/07.

As estimativas da consultoria são de um cultivo maior também para o milho: 9,6 milhões de hectares na primeira safra ou 3,6% a mais que na temporada passada. A perspectiva é de uma colheita de verão de 39,2 milhões de toneladas - 8,6% superior. Para calcular a safra total do cereal Cogo repetiu os números da safrinha - segundo ele uma estimativa mais precisa para a segunda safra deve ser feita apenas no início de 2008. Por isso, a produção total do cereal fica em 52 milhões de toneladas, variação de 3,3%. A consultoria prevê rentabilidade entre 10,2% a 19,3%, dependendo da local.

Para o arroz, a estimativa é de aumento de 3,3% na área, principalmente no Sul, em virtude de as barragens da região estarem com níveis satisfatórios de água. Com isso, o País colherá 12,1 milhões de toneladas do cereal.

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