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Preço da soja atrai investimento de fundos

O que parecia ser um investimento ruim este ano está voltando a atrair a atenção do mercado


O que parecia ser um investimento ruim este ano está voltando a atrair a atenção do mercado. Em plena entrada da safra na América do Sul, as cotações da soja iniciaram um movimento de recuperação e, em 2005, os preços do grão já acumulam alta de 25,13%. Ontem, na Chicago Board of Trade (CBoT), os contratos de soja para julho foram negociados a 684,75 centavos de dólar por bushel (US$ 15,10 por saca), valorização de 3,6% em comparação ao pregão anterior.

A valorização do grão no mercado internacional é atribuída à atuação dos fundos de investimento nas negociações da soja. De acordo com analistas, os fundos têm sido atraídos pelos preços até então baixos do grão, para poder compor suas carteiras. "Outras commodities, como petróleo, já estão com preços muito altos e especular está cada vez mais difícil", garante um traders de Nova York.

Mercado sólido

No pregão de ontem, os preços já abriram o mercado em níveis elevados. "As cotações começaram a subir desde o pregão on line, antes mesmo do mercado abrir", afirma Vinícius Ito, operador da Fimat Futures, lembrando, mais uma vez, a posição compradora dos fundos no mercado.

Além de puxar o mercado externo, os preços internos também estão em movimento de alta. "Apesar de os preços terem subido, negócios estão sendo feitos a preços reajustados", afirma Odinéia Santos, analista da agência Safras&Mercado.

A retomada dos preços do soja teve início depois de confirmada a quebra na safra de soja do Brasil, provocada pela estiagem que atingiu as lavouras do Rio Grande do Sul. Os levantamentos da Associação Riograndense de Empreendimentos de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater/RS) mostram que a colheita no estado não atingirá os 4 milhões de toneladas. A previsão é bem abaixo da estimada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) que, em seu último relatório, projetou para a safra gaúcha uma produção de 5,5 milhões de toneladas de soja.

"A oferta mundial de soja ainda é grande, mas o mercado estava trabalhando em um patamar de preços maior do que a atual. Por mais que a safra ainda seja grande, a retomada dos preços é normal", afirma Vânia Guimarães, pesquisadora do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/USP).

Entrada da safra

Apesar dos preços estarem em níveis elevados, Ito, da Fimat, estima que a entrada da safra do Rio Grande do Sul no início de abril deverá provocar uma pressão de preços no mercado. "Todos sabem que o Brasil tem um sério problema de armazenagem e o produtor será obrigado a escoar a safra conforme a colheita tiver prosseguimento", afirma o operador.

A aproximação da entrada da safra gaúcha, no entanto, não será tão agressiva, segundo Vânia. Na avaliação da pesquisadora, a produção será menor do que a do ano anterior e novos investimentos em armazenagem, por mais que pequenos, foram feitos em todo país. "Na prática, a safra será menor e o agricultor está com uma capacidade de estocagem um pouco maior", afirma a pesquisadora.

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