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Preço da soja cede e chega a R$ 33 a saca em Maringá (PR)

A cotação internacional da soja, em queda desde a semana passada, já se reverteu em menores preços para os produtores do PR


A cotação internacional da soja, em queda desde a semana passada, já se reverteu em menores preços para os produtores paranaenses: o valor da saca em Maringá, que chegou a R$ 35,50, na quarta-feira da semana passada, caiu ontem (21-03) para R$ 33.

O movimento tem levado preocupação aos sojicultores, que estavam começando a se animar com a reação do mercado, observada a partir de meados de fevereiro. O menor valor registrado na safra atual - R$ 26, em 03/02 -, equivale à metade do ano passado, quando o preço da saca chegou ao pico de R$ 52.

Economistas afirmam que a redução de preço, em 2005, reflete o aumento da oferta mundial decorrente da supersafra americana e da boa colheita em outros países com tradição na soja. A redução da produtividade no Brasil, em razão da estiagem que atingiu os estados produtores - especialmente no Rio Grande do Sul, onde a quebra está sendo estimada em 45% -, influiu negativamente nos estoques mundiais e forçou uma reação do preço a partir de meados de fevereiro. Este aumento na cotação é que foi interrompido na semana passada.

“A opinião generalizada é que a alta registrada nas últimas semanas não vai ter sustentação. A Bolsa de Chicago – que regula o preço mundial – já absorveu a queda de produção no Brasil e restante da América do Sul”, explicou a economista da Faep (Federação da Agricultura do Paraná), Gilda Bozza. “Além disso, o baixo preço do dólar não favorece a reação”. A desvalorização do dólar, frente ao real, já atingiu quase 20% desde agosto de 2004, de acordo com dados da Faep.

No próximo dia 31, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, na sigla em inglês), irá divulgar a estimativa da safra de soja americana, cujo plantio ocorre em março/abril, e colheita em setembro. De acordo com a economista da Faep, os números poderão influenciar fortemente a cotação da soja para o resto do ano.

“Antes da seca aqui, a intenção dos produtores norte-americanos era plantar menos soja, por causa da baixa cotação, e mais milho. Com a reação do preço, não se sabe direito, mas o mercado está esperando que eles plantem uma área grande e colham perto de 80 milhões de toneladas”, disse. “Se este cenário se confirmar, a tendência é de queda no preço internacional”.

EUA garantem preço mínimo:

Os sojicultores americanos, ao contrário dos brasileiros, não sentem tão fortemente a oscilação da cotação porque o subsídio governamental garante a eles um preço mínimo pelo produto. Em 2004, a produção americana de soja atingiu 84 milhões de toneladas, e a do Brasil, 57 milhões de toneladas, segundo informações da Conab (Conselho Nacional de Agricultura e Abastecimento).

A orientação para o sojicultor brasileiro, frente ás incertezas do mercado, é acompanhar o processo com atenção e aproveitar os repiques de alta. “É difícil dizer para o produtor, venda ou não em determinado momento, cada um tem seu cronograma e seus custos. É uma decisão pessoal, tem que ver o que compensa mais”, avaliou Gilda Bozza.

“Pode ser que os EUA não produzam tanto, pode haver problemas no clima, então não há uma orientação oficial. Acreditamos que os agricultores devam acompanhar o mercado e vender quando houver alta, dentro de seu ponto de equilíbrio. Para muitos produtores, este é um bom momento, porque, como disse, há expectativa de que o preço não se sustente”.

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