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Preço de fertilizantes está 10% mais caro no MT

Além do valor mais alto, os produtores ainda apontam a falta do produto no mercado


Os preços dos fertilizantes em Mato Grosso este ano estão mais caros que na safra passada. Além do valor mais alto, os produtores ainda apontam a falta do produto junto às empresas fornecedoras. No ano passado, a tonelada custava em média US$ 225. Até setembro de 2006 houve queda, depois voltou a recuperar e já está 10% mais caro que no ano agrícola anterior.

A constatação é do presidente da Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso (Aprosoja), Rui Prado. Ele revela que os sojicultores não estão conseguindo adquirir a mercadoria, e que quando conseguem os preços são ainda mais elevados em decorrência da escassez no Estado.

Segundo dados da associação, na safra 2005/06 Mato Grosso consumiu 3,414 milhões de toneladas de fertilizantes, comprados com preço médio de US$ 225 (t), totalizando U$ 768 milhões. Até julho deste ano foram usados apenas 924 mil (t), e na previsão de Prado, não deve ultrapassar 2,5 milhões (t), reduzindo para US$ 625 milhões, mesmo com o preço da tonelada a US$ 250. Se no Estado fosse utilizada na safra 2006/2007 a mesma quantidade do ano anterior, o custo seria de US$ 853 milhões, um acréscimo de 11% sobre o valor pago em 2005.

Na avaliação do diretor-executivo da Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda), Eduardo Daher, três fatores contribuíram para a elevação dos preços em Mato Grosso. O primeiro é o atraso na liberação de financiamentos nos bancos, que estão mais burocráticos. O segundo é que os produtores não dispõem de dinheiro para comprar os fertilizantes. A terceira explicação é a dificuldade de logística para levar os carregamentos até os destinos.

"Maior que todos os três fatores é a sazonalidade. Por causa principalmente da falta de crédito, os produtores decidiram comprar os fertilizantes ao mesmo tempo. Nas portas das fábricas existe fila de caminhão esperando para ser carregado", destaca Daher.

O diretor da Anda afirma ainda que o ideal seria a aquisição de fertilizantes em duas etapas, 35% no primeiro semestre, e 65% no segundo, para não ocasionar uma lacuna no mercado. "No mês de outubro cerca de 3,150 milhões de toneladas foram entregues em todo o país, um recorde. Tem adubo para todos, o que não tem é logística e crédito", argumenta Daher.

O presidente da Aprosoja confirma o descompasso entre a oferta e a demanda em Mato Grosso. "A falta de crédito contribuiu para a ausência de produtos no Estado. Mas isso ocorreu por causa da morosidade nas negociações das dívidas junto aos bancos".

Segundo dados divulgados pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) em setembro o preço dos fertilizantes no Estado caiu 4,38% na comparação com o mesmo período de 2005, o oposto da realidade vivida pelos produtores a partir da segunda quinzena desse mês. Os fungicidas foram vendidos 22,86% mais baratos, enquanto que os valores do herbicida e do inseticida reduziram 16,20% e 24,21%, respectivamente.

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