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Preço do frango vivo: situação de 2013 é inédita

Não foi registrada nenhuma alta em quase 5 meses


Se não é inédita, é muito rara. Pois, desde o início do corrente exercício até ontem (140º dia de 2013), a cotação alcançada pelo frango vivo comercializado no interior paulista só fez registrar baixas, nenhuma alta em quase 5 meses. E ocorrência apenas parecida, nos últimos 10 anos (2003-2012), só foi registrada em duas ocasiões, mas sem a intensidade observada neste ano.


O primeiro registro do gênero nesses 10 anos data de 2006, ano de crise intensa para a indústria brasileira do frango, frente ao aumento assustador, no Hemisfério Norte, de casos de Influenza Aviária do tipo H5N1. Então, em decorrência de queda nas exportações e à formação de estoques internos, a cotação do frango vivo sofreu forte refluxo. Mas a reversão da queda contínua ocorreu já no final de março e, em meados de maio, a cotação do frango vivo superava a registrada no início do ano e alcançava o melhor nível do primeiro semestre.

Situação muito similar repetiu-se dois anos depois, em 2008, outro ano de crise – agora, da economia mundial. Mas os problemas enfrentados pelo frango vivo foram observados antes dessa crise e tiveram como pano de fundo o excesso de produção. Mas, novamente, a queda contínua ficou restrita ao primeiro trimestre do ano, pois em abril começou um novo ciclo, agora de altas contínuas, que se estenderam até o final do primeiro semestre e prosseguiram segundo semestre adentro.

Não chega a ser muito, mas, em 2006, o valor médio de maio ficou 4% acima do registrado no início do exercício. Já em 2008, a média mensal ficou alguns pontos percentuais abaixo do valor inicial do ano, mas nada comparado com os resultados obtidos em 2013, já que o valor até agora recebido pelo produtor vem sendo 40% inferior ao praticado na abertura do ano.


Naturalmente, essas quedas estão diretamente relacionadas ao recuo nos custos de produção. Mas o simples fato de ocorrerem com tal intensidade em ano cuja capacidade de produção é restrita e inferior à do ano anterior surpreende. E sugere que a retração do consumo pode ser bem maior que a que vem sendo apontada.

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