Preço do leite pode subir até 20% em Sinop (MT)
Tributação, maior venda do leite em pó e a estiagem podem explicar o aumento
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Consumidores de leite embalado em caixa, de Sinop e região, devem sentir no bolso os efeitos da queda de produção. O preço por litro deve aumentar nas próximas semanas em cerca de 20%. As marcas mais populares, que hoje variam entre R$ 1,50 e R$ 1,69, podem chegar a até R$ 1,79, sendo que as mais caras podem chegar a até R$ 2,05 o litro.
Um dos motivos, segundo um representante de vendas de uma indústria em Mato Grosso, Joaquim Neto, é que o governo de Mato Grosso tributou o leite e todos os seus derivados produzidos no estado. “Isso encareceu muito a produção e conseqüentemente, para que o produtor tenha algum lucro ele tem que aumentar o preço”, afirmou.
Existem ainda outros motivos, como a exportação de leite em pó, conforme explica o coordenador de Marketing de um supermercado, Salvador Pereira. “A produção de leite em pó para exportação aumentou muito e com isso acaba faltando o produto in natura para embalar, e se falta produto aumenta o preço. E também porque o preço do leite já estava defasado há uns quatro anos e precisa de uma valorização”, explicou.
Além desses fatores, a alta no preço também é influenciada por um motivo que acontece todos os anos, a estiagem. Com a seca, o capim não alimenta as vacas leiteiras o suficiente para produzir leite em grande quantidade o que causa a escassez do produto. A solução para o produtor é alimentar o animal com ração própria para gado leiteiro, sendo que hoje uma saca de 40 quilos custa em média R$ 15 e alimenta uma vaca durante apenas quatro dias.
Com a alta do preço do leite, os derivados também devem aumentar, porém numa proporção ainda maior, 25%. O comprador de um outro supermercado, Roberto Vasconcelos, explica que esse é o fenômeno cascata. “Hoje são necessários cerca de 10 litros de leite para se produzir um quilo de mussarela, o custo é bem maior e se a matéria-prima está cara o derivado também vai ficar”, acrescentou.
Felizmente, para o consumidor do leite em saquinho a situação continuará a mesma. Segundo o presidente da associação de uma comunidade rural que produz leite pasteurizado em Sinop, Pedro Ferri, o preço desse produto não deve aumentar. “Quando o preço do leite de caixinha cai somos obrigados a acompanhar o mercado para vender, mas no caso desse aumento não poderemos aumentar porque já estamos trabalhando com o preço máximo, já que o comércio do leite em saquinho ainda é pequeno. Então temos que aproveitar a alta do de caixinha para inserir o nosso produto no mercado e aumentar a comercialização, e para isso só com o preço menor”, completou, otimista.
Em funcionamento há quatro meses o laticínio de Sinop, que trabalha com uma resfriadora para pasteurizar o leite e uma embaladora, produz 2.200 litros por dia de 30 criadores, 350 litros são vendidos direto ao consumidor e o restante nos supermercados, em média por R$ 1,30 o litro. O custo de produção do leite em saquinho gira em torno de R$ 0,75 por litro. Até o final do ano a associação deverá produzir iogurte.
As grandes redes de supermercado de Sinop vendem em média cem mil litros de leite em caixa por mês.