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Preço do leite segue estável no mercado interno

Valor pago ao produtor já chegou a R$ 0,80 o litro neste ano


Valor pago ao produtor já chegou a R$ 0,80 o litro neste ano

Depois de dois anos de preços baixos, os produtores de leite começam a observar valores melhores pagos pelo produto e mercado mais estável. De acordo com Fábio Mezzadri, pesquisador da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab), o valor médio oferecido para o criador paranaense não passou em 2011 dos R$ 0,78 o litro. Neste ano, o preço pago ao produtor já chegou à casa dos R$ 0,80 o litro. O último relatório mensal da secretaria registrou R$ 0,79 o litro para o mês de junho.


Mezzadri afirma que a queda nos preços nos últimos dois anos ocorreu porque houve uma superoferta de leite no mercado interno. ''Mas agora o mercado já se estabilizou, mesmo ainda mantendo uma oferta elevada.'', destaca. O especialista acrescenta que a demanda por parte da indústria tem crescido muito nos últimos tempos, o que também ajudou a trazer equilíbrio para o mercado. Além disso, o pesquisador acrescenta que o leite acompanhou a alta dos insumos, principalmente no setor de fertilizantes utilizados nas pastagens. O pesquisador sublinha que os custos de produção têm ''decolado'', principalmente no que diz respeito ao milho e ao farelo de soja.

Jéssica Guerra, pesquisadora da Scot Consultoria, afirma que a estabilidade dos preços do leite no Brasil também tem acontecido no setor varejista. Segundo ela, o valor pago pelo leite longa vida na média de julho está na casa dos R$ 2,26 o litro, ante R$ 2,23 em comparação com julho de 2011. No atacado, o valor pago pelo litro também se mantém estável desde junho do ano passado, cotado atualmente a R$ 0,814 o litro.

Hoje o Paraná ocupa o terceiro lugar no ranking dos maiores estados produtores de leite. O índice de capitação do Estado é de 3,6 bilhões de litros por ano, o que corresponde a 11,7% da produção brasileira. O primeiro e segundo colocado no ranking dos estados produtores são Minas Gerais e Rio Grande do Sul, respectivamente.

Custos de produção

Dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), apontam que a ureia, fonte nitrogenada comumente utilizada na pecuária leiteira, ficou 14% mais cara no estado de São Paulo em valores reais, considerando-se a inflação entre junho de 2011 e junho de 2012.


A valorização deste insumo é um dos fatores que pesam para o aumento dos custos operacionais efetivos (COE) da atividade leiteira, já que é utilizado tanto para adubar pastagens e lavouras de grãos como para ser misturado diretamente a volumosos como a cana-de-açúcar e silagem de milho.

Ainda de acordo com o Cepea, a demanda aquecida por fertilizantes, em especial os fosfatados e nitrogenados no mercado internacional e nacional, atrelada ao aumento do dólar, foram fatores que fomentaram os preços destes insumos no mercado interno, apesar de uma leve retração em junho em boa parte do primeiro semestre. Os pesquisadores do Cepea completam que a combinação de retração do preço do leite e aumento dos custos coloca produtores em alerta, já que suas margens são usualmente apertadas.

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