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Preço do milho preocupa produtores e indústria do RS

O preço do grão no Estado sofreu reajuste de 35% nos últimos 12 meses


Os suinicultores e avicultores gaúchos estão apreensivos quanto à elevação do preço do milho, principal componente da ração dos animais. Pelos cálculos do Sindicato da Indústria de Produtos Suínos no Estado (Sips), o grão sofreu reajuste de 35% nos últimos 12 meses. "Isto representa um forte impacto no custo de produção", avalia o diretor executivo do Sips, Rogério Kerber. A dificuldade da cadeia é de absorver este percentual, já que não consegue reposicionar o preço dos suínos nos mercados interno e externo. "Estamos passando por um momento de desconforto". De acordo com Kerber, seria preciso um acréscimo em torno de 15%. "Isso é difícil porque os valores internacionais recuaram, a cotação do dólar complicou e não há espaço para repassar aumentos ao consumidor brasileiro".

Os custos de produção variam muito de acordo com fatores genéticos, manejo e produtividade, mas, para se ter uma idéia, é possível considerar que a média fique em torno de R$ 1,75 por quilo de ração para produzir um quilo de carne. Um dos fatores que tem contribuído para o crescimento na cotação do milho é a questão do etanol, pois grande parte da produção mundial do grão está se voltando para a fabricação de biocombustíveis. O sorgo seria uma alternativa interessante, diz Kerber, mas para poder substituir o milho depende diretamente do produtor. "Só vamos fazer essa substituição no momento que a matriz produtiva oferecer o sorgo", esclarece.

A Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav) adverte que o Rio Grande do Sul tem um dos preços mais elevados do milho na comparação com outros estados. "Isso porque não há oferta para atender toda demanda", afirma o secretário executivo da Asgav, José Eduardo dos Santos. A preocupação, explica, deve-se ao fato de a ração representar de 60% a 70% do custo do setor. A Asgav ainda espera resposta da Conab quanto ao pedido de inclusão das indústrias do RS nos leilões de milho realizados pelo governo federal. Santos diz que a medida evitaria especulações e nivelaria os preços.

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