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Preço mínimo do trigo desagrada Paraná

Governo estipulou o novo preço mínimo em R$ 33,45 a saca de 60 quilos


A correção em 5% no valor do preço mínimo do trigo para o Sul do País, anunciada na sexta-feira, dia (28.03), pelo Ministério da Agricultura, ficou aquém do que o Paraná esperava, segundo avalia Francisco Simioni, diretor do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab).

O governo federal estipulou o novo preço mínimo em R$ 33,45 a saca de 60 quilos ou R$ 557,50 a tonelada do trigo tipo pão. O valor mínimo pago aos produtores antes da correção era de R$ 31,86/sc. Se comparado aos custos de produção dos agricultores paranaenses, o novo valor está abaixo. Segundo dados do Deral, o custo variável no Estado, que leva em conta a compra de sementes, adubos e defensivos, entre outros, é de R$ 32/sc e o operacional, que leva em conta também os gastos com máquinas, equipamentos, combustíveis e outros, foi calculado em R$ 44/sc.

Simioni revela que o valor estipulado pelo governo federal pode fazer com que os produtores que ainda não começaram o plantio da safra de inverno reflitam se devem ou não investir na cultura neste ciclo. "O anúncio do novo valor mínimo pode desagradar muitos produtores, já que os custos de produção subiram muito nos últimos tempos", relata o diretor do Deral.

O especialista completa que o crescimento de área estimado em 23% no Estado para este ano pode ser reavaliado por falta de estímulo do setor. "O preço mínimo traz segurança aos produtores", completa. Simioni questiona que além dos preços mínimos, muitas questões ainda necessitam de um parecer do governo federal, a exemplo dos sistemas de custeio e comercialização, que ainda não foram definidos pelo Ministério da Agricultura.

Américo Amano, produtor na região de Cambé (Norte), avalia que o preço mínimo do cereal deveria estar equilibrado com o valor de mercado, que gira hoje em torno de R$ 40/sc. Entretanto, ele aponta que infelizmente o preço mínimo não funciona, ou seja, quando o valor do produto está abaixo do estipulado pelo governo, o que vigora para o produtor é o preço de mercado. Amano deverá plantar nesta segunda safra cerca de 120 hectares de trigo.

Estimativa

Segundo uma recente estimativa realizada pelo Deral, o Paraná deverá plantar neste ano 1,21 milhão de hectares de trigo, ante 992 mil hectares semeados na safra anterior. Em produção, o Estado espera colher neste ano 3,64 milhões de toneladas do grão, contra 1,84 milhão de toneladas da safra 2012/13. A somatória de todas as culturas de grãos de inverno deve chegar a 4,2 milhões de toneladas, segundo informações do Deral.

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