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Preço pago para quem arrenda terras cai 24% em Ribeirão Preto/SP

O valor do arrendamento de terras para o plantio de cana-de-açúcar caiu 24% em dois anos na região de RP


O valor do arrendamento de terras para o plantio de cana-de-açúcar caiu 24% em dois anos na região de Ribeirão Preto. Segundo dados do Instituto de Economia Agrícola (IEA), em 2006 o hectare (ha) de terra para a cultura da cana era arrendado em média, por R$ 809,23 ao ano nas 19 cidades que fazem parte do Escritório de Desenvolvimento Rural de Ribeirão (EDR). No ano passado, esse valor caiu para R$ 630,17.

De acordo com a pesquisadora científica do IEA Denise Viane Caser, o preço dos arrendamentos estão diretamente relacionados com os preços de mercado da cana. "Há dois anos o setor vivia um bom momento, a cana pagava muito bem. Hoje, com a crise de preços do setor, até as terras para o arrendamento ficam desvalorizadas", disse. Em 2006, o maior preço pago pelo arrendamento de um ha/ano era de R$ 1,03 mil na região. No ano passado, o valor mais alto registrado foi R$ 884. "A baixa nos preços do mercado começaram justamente depois de 2006", disse Denise.

A última, e maior valorização do arrendamento de terras na região, aconteceu em 2006. Houve uma alta de 37% no valor do ha/ano em relação a 2005, quando o valor médio era de R$ 591,49. Depois de quatro anos valorizado, o arrendamento começou a registrar queda em 2007, quando o valor médio do ha/ano ficou em R$ 660,12, 18% a menos do que 2006. Segundo o presidente da Associação dos Plantadores de Cana do Oeste do Estado de São Paulo (Canaoeste), Manoel Ortolan, as condições ruins do mercado refletem no campo, e as usinas, maiores arrendatárias de terras, também enfrentam a baixa nos preços. "2008 foi o segundo ano consecutivo de preços baixos para a cana, e o valor das terras e de seu arrendamento cai também", afirmou.

De acordo com o representante da União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica) em Ribeirão, Sérgio Prado, toda a cadeia da cana sofre os reflexos da queda nos preços do açúcar e álcool.

Preço pago é deficitário

Há dois anos, o setor de cana enfrenta dificuldades e trabalha com contas deficitárias, segundo a Associação dos Fornecedores de Cana de Guariba (Socicana). O levantamento da entidade mostra que em 2006 o custo total de produção de uma tonelada de cana era de R$ 44, e o preço pago era de R$ 50. Já na safra passada, o custo de produção continuou o mesmo, mas, o preço da tonelada caiu para R$ 35,6. "As baixas no valor do arrendamento se devem à queda na remuneração do setor", informou a Socicana. Para o produtor Álvaro Tadeu Arantes Nogueira, que possui cerca de 830 hectares com lavouras de cana nos municípios de Ribeirão, Cravinhos e São Simão, está difícil manter a produção. "Ainda não recebi pela cana do ano passado, a queda nos preços da cana prejudica muito", disse. Segundo Nogueira, que também é arrendatário de terras de outros produtores, apesar dos preços baixos da cana, a disputa por terras para o plantio é grande na região. "Muitos produtores querem arrendar terras para poder produzir mais", diz.

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