De acordo com uma qualificada fonte do Ministério da Agricultura este é o principal momento para que os produtores de milho comercializem o produto, antes que os preços comecem a recuar. O primeiro fator é a proximidade do final de ano quando os negócios começam a ficar mais lentos em função das férias e das festividades do período. Além disso, a Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB) reviu o cenário conservador que traçou quando foi realizado o primeiro levantamento da safra 2002/03, no início de outubro, e está prevendo que o Rio Grande do Sul comece a colher o milho a partir da segunda quinzena de janeiro.
Antes, os técnicos indicavam a colheita do produto somente para o final de fevereiro. No cálculo do técnico, o Rio Grande do Sul deve colher 770 mil toneladas no final de janeiro, o equivalente a 5% da produção esperada para a região Sul, de 15,4 milhões de toneladas. Outro fator que na opinião do técnico pode acelerar a redução de preço do cereal é a diminuição da Tarifa Externa Comum- TEC de 9,5% para 2% na importação do produto. A medida deverá ser aprovada na próxima semana, exercendo impacto negativo diante da possibilidade de aumento da oferta.
Para completar o quadro de desaceleração dos preços projetado pelo técnico, entre fevereiro e março, o maior produtor nacional - o Paraná- começará a jogar no mercado 4,1 milhões de toneladas, volume equivalente a 60% safra estadual, projetada em 7 milhões de ton pela CONAB.
A cotação do produto atingiu hoje R$ 26,50/saca no Paraná. Na opinião do técnico do governo, com a pressão que esses fatores exercerão sobre o mercado, é possível que os preços voltem ao patamar de R$ 13,00/saca em março de 2003. Quanto à possibilidade do governo fazer a recompra do milho que seria embarcado para exportação (CIF interno), o técnico adiantou que
é uma alternativa a ser somada à alteração da TEC, mas que ainda não há nada definido.