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Preços devem se sustentar, apontam analistas


Os preços atuais das commodities agrícolas estão abaixo dos picos de 2008, mas permanecem entre os melhores da história e não derrubam a tendência de alta, avaliam especialistas do setor. Por outro lado, é preciso considerar que a situação econômica nos países desenvolvidos ainda pode impactar no agronegócio brasileiro, através do câmbio. “A macroeconomia é que vai segurar o preço da soja”, afirma Aedson Pereira, da Informa Economics FNP. O analista lembra, no entanto, que o mercado está aberto a novas interferências. Uma delas diz respeito à safra sul-americana, que deve ser reajustada pelo Departa­­mento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). “O USDA ainda trabalha com uma projeção de 74 milhões de toneladas de soja para o Brasil e de mais de 50 milhões de toneladas para a Argentina, ou seja, o efeito da seca sobre esses países ainda não foi totalmente definido”, considera Pereira. A expectativa do mercado é que o corte na produção da América do Sul seja de 3 milhões de toneladas, o que abre margem para novas altas nas cotações.


Vanessa Nardy, da Pricewa­­terhouseCoopers, avalia que o Brasil tem situação peculiar na relação entre oferta e demanda por conta do consumo doméstico. “A crise internacional ainda vem se manifestando, mas não será determinante para as commodities agrícolas. As baixas nos preços de produtos ligados à cadeia da soja tendem a ser momentâneas”.Con­­siderando o ano inteiro, a tendência é de alta também nos preços ao consumidor, acrescenta ela.

Para a economista, a seca pode não ter provocado alta expressiva no Brasil, mas segurou os preços num patamar remunerador. “A situação seria diferente se não houvesse esse rebate na pressão do câmbio, provocada pelo real valorizado. O valor da soja e do milho seria menor. No longo prazo, a crescente demanda por alimentos deve continuar sustentando as altas nas cotações.”


O consenso entre os especialistas é que os preços da soja devem se manter nos patamares atuais. O analista da Safras e Mercado, Luis Fernando Gutierrez acredita que R$ 49 por saca é um bom preço a ser praticado no Paraná até a co­­lheita. “Não deve baixar disso”, palpita ele.

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