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Preços do arroz estão estáveis, apesar do PEP

Expectativa agora gira em torno de um segundo leilão, na próxima semana


Expectativa agora gira em torno de um segundo leilão, na próxima semana, para uma elevação dos preços internos. Janela curta para a comercialização até a safra e atraso na liberação de mecanismos pelo governo federal são os principais fatores que trancaram uma reação mais significativa, segundo analistas

Nem mesmo o leilão de Prêmio de Escoamento de Produto (PEP) nestes derradeiros dias de novembro de 2010 foi capaz de gerar um movimento de alta nas cotações do arroz em casca no Sul do Brasil. As cotações médias no Rio Grande do Sul permanecem na casa dos R$ 25,00 ao produtor na maioria das praças gaúchas. Em Santa Catarina os preços médios estão entre R$ 26,00 e R$ 26,50 por conta de uma oferta bastante ajustada a demanda, mas com influências dos excedentes gaúchos e do Mercosul.

Este cenário, apesar da elevação dos preços internacionais e do câmbio um pouco mais favorável diante do desempenho de outubro, por exemplo, é determinado principalmente por dois fatores: o curto espaço de tempo para a comercialização até a colheita da safra 2010/11 (a partir do final de janeiro), que deve ter grandes volumes, bem como a chegada dos mecanismos de comercialização somente 60 dias antes da safra. Para um governo que anunciou “disponibilidade de recursos e mecanismos para entrarem em ação caso os preços de mercado estivessem abaixo do preço mínimo” durante a colheita da safra 2009/10, um atraso de pelo menos 45 dias foi determinante para esta realidade atual.

O mercado segue com fluxo lento, dentro da normalidade para a época e as circunstâncias de preços. No Mato Grosso o déficit de matéria-prima mantém a estabilidade de preços em torno de R$ 40,00 na maioria da regiões para a saca de 60 quilos (55% acima).

Apesar dessa situação de estabilidade de preços no mercado livre, o indicador do Arroz Cepea-Bolsa Brasileira de Mercadorias (BVM&F) acumula recuperação de 2,22% em novembro para a saca de arroz em casca de 50 quilos (58x10), colocada na indústria. Na última sexta-feira (26/11), o produto era comercializado a R$ 25,89, ou U$$ 14,97. Em dólar a saca de arroz valorizou 0,62% em novembro, segundo este indicador.

LEILÃO

O leilão do PEP negociou 82,32% do volume total de 125 mil toneladas de arroz na última terça-feira. A oferta era de 110 mil toneladas em contratos para o Rio Grande do Sul e 15 mil toneladas à Santa Catarina. Cem por cento da oferta de contratos de PEP para Santa Catarina foram negociados. Já para o Rio Grande do Sul, a negociação alcançou 79,91% dos volumes, ou 87,9 mil toneladas. O prêmio de fechamento foi o mesmo de abertura: sete centavos por quilo ou R$ 3,50 por saca. A operação movimentou R$ 7,203 milhões.

A expectativa do setor concentra-se agora no segundo leilão do PEP, na próxima semana, e nas negociações da cadeia produtiva com o MAPA e a Conab para uma possível ampliação dos mecanismos, já que os atuais ainda não alcançaram o efeito de fazer com que o preço mínimo de garantia seja alcançado no mercado livre para os produtores de arroz. O preço mínimo é de R$ 25,80, praticamente o valor bruto alcançado pelo produto já depositado na indústria (frete incluso).

MERCADO

A Corretora Mercado, de Porto Alegre, indica preços médios de R$ 24,80 para a saca de arroz em casca de 50 quilos como referência para o Rio Grande do Sul e R$ 52,50 para a saca de 60 quilos de arroz branco. Indica também a valorização dos subprodutos e derivados para a exportação, com o canjicão cotado a R$ 32,00, a quirera a R$ 25,50 (ambos 60kg) e o farelo de arroz a R$ 260,00 a tonelada/CIF.

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