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Preços do trigo vão subir ainda mais

“Daqui para frente, só para cima, lenta e gradualmente, por diversos motivos”, diz T&F


A T&F Consultoria Agronômica não acredita em volta para baixo dos preços do trigo para a safra 2019/20: “Daqui para frente, só para cima, lenta e gradualmente, por diversos motivos”, comentam os analistas de mercado da T&F. Entre os pontos que suportam a projeção altista estão:

a) Mesmo com a colheita toda nos armazéns, os preços não baixaram;

b) As quebras de volume (1,2MT) no PR e de qualidade no RS (ao redor de 400 mil toneladas) reduziram fortemente a oferta de trigo para moagem no Brasil;

c) Esta redução da oferta favorece a aquisição de trigo importado (da Argentina, Uruguai e Paraguai);

d) As circunstâncias da Argentina, porém, não estão favoráveis para a compra nem de trigo em grão, nem de farinhas (visitamos um moinho que comprava 80% de argentino e 20% nacional e agora os volumes se inverteram, porque os argentinos não querem vender, preferindo ficar com mercadoria do que dinheiro). Enquete feita entre os moinhos do RS e no PR mostrou grande receio de falta de trigo argentino para a próxima safra. Além dos problemas político-econômicos, há outros dois: a redução da safra argentina, que passou de 21 MT para 18,3 MT; e o aumento considerável das exportações para a Ásia. Um relatório da Reuters indicou que a Argentina mais uma vez dominará o mercado de trigo asiático em 2020, pelo segundo ano consecutivo, visto a menor oferta da Austrália, que tem sido o fornecedor natural dessa região. A agência indicou que o trigo argentino é oferecido a US$ 232/ton de custo e frete nos principais mercados do Sudeste Asiático, contra um valor – por qualidade equivalente – de US $ 240/ton para o Mar Negro e US$ 250/ton para cereais australianos;

e) Com a proibição de entrada de trigo russo nos portos abaixo do Rio de Janeiro, as melhores alternativas para os moinhos gaúchos e paranaenses são comprar trigo e farinhas do Uruguai e do Paraguai, cujos mercados continuam abertos e a preços razoavelmente competitivos;

“Nossa recomendação para os moinhos, se não puderam comprar matéria prima no mercado físico, quer por falta de espaço, quer por falta de capital de giro, é proteger-se da alta praticamente inevitável comprando contratos de opções ou OTCs nos mercados futuros, utilizando para isto algo entre 5% e no máximo 8% do que usariam para comprar mercadoria física. Com isto poderiam garantir custos menores de matéria prima e lucros maiores, mesmo vendendo farinha a preços um pouco menores”, concluem os analistas da T&F.

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