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Preços firmes do arroz no Sul e reação no MT marcam a quinzena

Preços seguem firmes em direção a agosto


Boas notícias ao agricultor mantêm a trajetória de alta nos preços do arroz, mas rizicultor segura a oferta

Um conjunto de boas notícias nesta primeira quinzena de julho de 2012 manteve firmes os preços do arroz em casca no Sul do Brasil e também gerou uma alta significativa nos preços do cereal no Mato Grosso. No Rio Grande do Sul, o indicador de preços do arroz em casca Esalq/Bolsa Brasileira de Mercadorias - BM&FBovespa alcançou R$ 29,26 de cotação referencial na última sexta-feira (13/7), para a saca de 50 quilos (58x10) colocada na indústria, com pagamento à vista. Em dólares, pela cotação do dia, o preço equivalia a US$ 14,37. Na semana, a média de preços foi de R$ 29,15. Ainda assim, é baixa a oferta de arroz por parte dos arrozeiros.

No mercado livre, a referência de preços no Rio Grande do Sul gira entre R$ 29,00 e R$ 29,50. Em Santa Catarina a média de preços também elevou-se para próximo de R$ 27,00, enquanto no Mato Grosso as raras sacas que permanecem nas mãos dos produtores superam os R$ 40,00 de referência e não encontram interesse de venda.

Todo este quadro, principalmente no Sul do País, se deve ao conjunto de boas notícias acumulado ao longo desta primeira quinzena de julho. Em duas semanas o governo federal anunciou novo recorde nas exportações do primeiro semestre (que já supera em 64% as vendas de 2011, mesmo sem programas do governo federal), o câmbio que é remunerador para as vendas externas, a prorrogação dos vencimentos de custeio dos dias 15 (em Santa Catarina) e 20 (no Rio Grande do Sul) com o Banco do Brasil e, também, a confirmação de que o governo federal vai lançar um programa de refinanciamento das dívidas arrozeiras.

Além disso, as importações estão em patamares menores do que em 2011, o que fortalece a balança comercial arrozeira, o País recompôs a carga tributária para as compras do Mercosul (9,25% de PIS/Cofins) e o Uruguai indica que repetirá a área cultivada em 2012/13 no próximo ciclo, em 180 mil hectares, aproximadamente.

No Rio Grande do Sul, a expectativa também é da repetição da área cultivada em função do alto déficit hídrico nas barragens e rios da região arrozeira, enquanto Santa Catarina já alcançou o seu limite de área o Mato Grosso indica redução de área arrozeira para o próximo ciclo pela alta liquidez e rentabilidade da soja, principalmente, e falta de linhas de crédito e apoio oficial à orizicultura na região.

Mato Grosso

Ao contrário do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, no Mato Grosso a área de arroz pode ser substituída por outras culturas de alto rendimento agronômico e econômico. Na última semana, nem mesmo oferta de R$ 42,00 por saca de 60 quilos do arroz cambará (55% de inteiros acima) conseguiu movimentar o mercado. A indústria e o varejo, com apoio de algumas corretoras, estão buscando junto ao governo do Estado do Mato Grosso, a isenção do ICMS de 7% sobre o arroz comprado no Sul do Brasil para recompor seus estoques a partir de agosto, pois julgam que os estoques na mão dos produtores estão quase zerados e algumas indústrias teriam matéria prima para no máximo 90 dias, tempo insuficiente para a chegada da próxima safra.

Mesmo com a valorização do produto neste início de segundo semestre, corretores do Centro-Oeste acreditam em maior queda na produção de arroz do Mato Grosso para o próximo ano, perdendo mais área para a soja. Enquanto a soja tem financiamento e compra antecipada garantida pela indústria, o arroz (e o risco) depende exclusivamente do investimento do produtor.

EXTERNO

A relação do arroz brasileiro com o mercado externo continua assegurando uma balança comercial positiva. Considerando o ano comercial 2012/13 (1º de março/12 a 28 de fevereiro/13), as exportações brasileiras alcançaram um recorde de 702 mil toneladas, contra uma importação de 381 mil toneladas. O Brasil segue exportando principalmente quebrados de arroz e parboilizado, e importando beneficiado e esbramado e/ou cargo. Mas, em julho é previsto o embarque de pelo menos 40 mil toneladas de arroz em casca. Um cenário de quebras importantes nas safras da Índia, Indonésia, Java e Paquistão, entre outros países asiáticos, juntamente com o Dólar valorizado perante o Real, tende a manter um bom desempenho nas vendas externas brasileiras, embora a partir de agosto entre no mercado a nova safra norte-americana e, entre setembro e novembro aconteçam as principais safras asiáticas de arroz.

Mesmo sem PEP o Brasil atualmente é muito competitivo (principalmente em arroz parboilizado e quebrado) nas Américas e na África, e está atento a algumas movimentações do Uruguai e dos Estados Unidos junto à Organização Mundial de Comércio para analisarem eventual irregularidade no uso do Prêmio de Escoamento a Produto. O Brasil também manterá a política de doação de arroz, principalmente das safras mais antigas, às populações atingidas pela seca no Nordeste Brasileiro, ou por catástrofes em terceiros países.

O setor acredita em preços sustentados até agosto, com o arroz margeando as cotações de R$ 30,00. Mas, espera que o MAPA e o Ministério da Fazenda também adiem os vencimentos das prorrogações das safras 2010/11 e 2011/12, bem como outras dívidas até 31 de outubro, prazo no qual deverá entrar em vigor o programa de recomposição das dívidas agrícolas. Atualmente, os arrozeiros devem cerca de R$ 3,1 bilhão em créditos para as lavouras.

MERCADO

A Corretora Mercado, de Porto Alegre, indica o preço referencial de R$ 29,00 para a saca de arroz em casca (58x10) no livre mercado gaúcho. A saca de 60 quilos de arroz branco é cotada a R$ 57,50, sem ICMS/FOB. Já os quebrados de arroz mantiveram-se com preços estáveis, de acordo com a demanda para exportação e da indústria de rações, com o canjicão cotado a R$ 34,80 (60kg), a quirera a R$ 32,00 (60kg) e o farelo de arroz, FOB/Arroio do Meio (RS) com forte alta de R$ 300,00 para R$ 330,00 em 10 dias.

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