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Prefeito de Rio Verde (GO) diz não temer ações judiciais

Um dia após assinar o decreto que limita o cultivo da cana, o prefeito Paulo Cunha diz estar preparado para possíveis questões judiciais


Um dia após assinar o decreto que limita o cultivo da cana-de-açúcar em 10% da área agricultável do município de Rio Verde (GO), o prefeito Paulo Roberto Cunha diz estar preparado para possíveis questões judiciais. Disposição manifestada por algumas lideranças do setor rural da região e também pelo Sindicato da Indústria de Fabricação de Álcool no Estado de Goiás (Sifaeg), que considerou inconstitucional a medida. A polêmica começou com a publicação de uma reportagem pelo Suplemento do Campo do Popular, em 22 de setembro.

“Vamos respeitá-los, mas da mesma forma vamos procurar preservar a nossa autonomia municipal lutando pela preservação da riqueza do município”, disse o prefeito, ao lembrar que cabe ao poder público municipal o dever de definir o seu modelo econômico e o uso do solo.

Paulo Roberto Cunha lembra que o modelo atual da economia do município, baseado no agronegócio na região de Rio Verde, está sendo formado há mais de 50 anos e a chegada da cana pode interromper o avanço econômico. “Não podemos permitir que 6 mil toneladas de soja deixem se ser esmagadas diariamente em Rio Verde”, argumenta. Para o prefeito, a chegada desordenada da cana-de-açúcar vai prejudicar os armazenadores de grãos, a indústria e o comércio.

Por enquanto, se depender de ações judiciais dos produtores rurais,o prefeito pode ficar tranquilo. Mesmo descontentes com o decreto, os produtores decidiram esperar um pouco mais para tomar qualquer decisão no sentido de acionar a Justiça. Iniciativa que eles também esperam seja tomada pelas entidades, como a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Goiás, sindicatos rurais e outras.

“Nós devemos começar a plantar as mudas entre os meses de janeiro, fevereiro e março. Até lá, muita coisa pode mudar”, diz Daniel Câmara. Segundo ele, nada pode ser feito isoladamente a não ser esperar pela iniciativa das entidades do setor.

Mas segundo representantes de entidades do município, os recursos judiciais contra o decreto ainda não são cogitados. Pelo menos é o que diz o presidente da comissão de grãos do Sindicato Rural de Rio Verde, George Zaiden, que defende o cultivo da cana e a instalação de destilarias no município.

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