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Prejuízos em Mato Grosso podem ser piores do que no Sul do País

A Associação de Produtores de Soja de Mato Grosso (Aprosoja) estima que as perdas são significativas


A Associação de Produtores de Soja de Mato Grosso (Aprosoja) estima que em algumas áreas da região Sul do Estado as perdas com a seca deste ano sejam tão significativas quanto as registradas nas cidades do Rio Grande do Sul.

O presidente da entidade, Rogério Salles lembra que o custo de produção de uma lavoura de soja em Mato Grosso pode chegar a 55 sacas por hectare (ha). Já no Sul do País o custo médio é de 27 sacas/ha. “Na pior das hipóteses, se lá a colheita render 30 sacas/ha, os sojicultores sulistas poderão, ainda, ficar no lucro. Diferente do que está acontecendo aqui em Mato Grosso. Nós (produtores) precisaremos trabalhar muitos anos para recuperar as perdas. Os fatores que aumentaram o custo da lavoura no Centro-Oeste são as várias aplicações de fungicidas para o combate da Ferrugem Asiática”, explica Salles.

Os municípios da região Sul mais atingidos com a seca deste ano são Alto Taquari, Alto Araguaia, Itiquira, Guiratinga e Tesouro.

De acordo com Salles, em algumas fazendas próximas à divisa com Mato Grosso do Sul os agricultores simplesmente abandonaram as lavouras. “As perdas foram de 100%”.

Salles conta ainda que foram enviado documentos para as prefeituras solicitando que cada qual analise a possibilidade de decretar estado de emergência, “pois algumas delas (prefeituras) têm na agricultura a sua maior fonte de renda”, observa.

Para a Aprosoja a decretação de estado de emergência nos municípios pode acabar contribuindo para que o seus produtores sejam inseridos nos programas da União, caso ela venha a disponibilizar algum tipo de ajuda financeira para os municípios castigados pela seca.

Salles lembrou que embora não tenha havido uma grande enchente, “daquelas que causam grandes prejuízos em poucas horas, a seca deste ano vai produzir um efeito cascata na economia destes municípios”, destaca.

Salles completa ainda que “a agricultura responde, em alguns casos, por 90% da economia destas cidades mais atingidas pela escassez de chuvas. O produtor sem dinheiro vai demitir e parar de comprar. Isso vai refletir em sérios prejuízos para o comércio e contribuir para desemprego na cidade”, alerta.

Os produtores que contabilizam o prejuízo desta safra também estão solicitando renegociação das dívidas. É que eles custeiam a safra com dinheiro que recebem adiantado de bancos e financiadoras. A decretação do estado de emergência poderá ajudar os produtores destas localidades na obtenção de benefícios na hora de renegociar as dívidas da safra com os seus credores. Pois o Banco Central concede prazo estendido do pagamento das dívidas rurais vicendas e vencidas em 2005, para o final do contrato do financiamento.

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