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Presidente da Abrasem afirma que quatro aplicações para ferrugem traz prejuízos


O presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Sementes (Abrasem), Ywao Miyamoto, afirmou nesta semana em Porto Alegre, onde participou de um seminário sobre biotecnologia promovido pela entidade e pela organização não-governamental Instituto para o Desenvolvimento Socioambiental (Idesa), que realizar quatro aplicações de fungicida por hectare nas lavouras de soja para combater a ferrugem asiática é desvantajoso ao produtor. Segundo ele, o sojicultor que optar por esse caminho terá que desembolsar 20% do custo total de produção. Miyamoto calcula que cada aplicação na lavoura equivale de duas a duas sacas e meia de soja por ha. Também disse que hoje não há no mercado fungicida indicado para quatro aplicações.

Para ele o ideal é realizar duas aplicações, mas conforme a situação climática e da planta hospedeira, essa quantidade não será suficiente para conter a praga. Miyamoto destacou que a safrinha de soja no meio do ano facilita o surgimento da doença, que logo se propaga para as lavouras dos produtores vizinhos. A ferrugem vem se alastrando pelas principais lavouras do país, mesmo que o contágio esteja inferior em relação à safra passada. De acordo com a Embrapa, já chega a 13 estados brasileiros (MT, PR, RS, MA, GO, MS, MG, SP, SC, DF, TO, RO e BA) onde há a presença do fungo causador da doença. O número de municípios com ferrugem no Brasil subiu para 333.

Uma das regiões mais afetadas pela doença fica em Primavera do Leste, no Mato Grosso. Alguns produtores deste município estão abandonando a plantação e outros fixando o preço mínimo de R$ 33 a saca de 60 quilos para cobrir os custos de produção. Muitos sojicultores já fizeram cinco aplicações e não conseguiram conter o avanço do fungo. A proposta do preço mínimo ainda será analisada pela Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), a Associação dos produtores de Soja (Aprosoja) e outros sindicatos.

O Engenheiro Agrônomo, Maurilio Tortato, de Primavera, escreveu para o Portal Agrolink retratando sobre a situação de sua lavoura. Responsável técnico por uma área de 6.570 hectares de soja, ele afirma que ainda não há como estimar perdas no momento. Ele justifica que os prejuízos são contínuos e que o clima propício para a doença também contribui. Porém, a situação de sua lavoura não está tão dramática. “Espero colher entre 50 e 54 sacas de soja por ha. Efetuei até agora 1,5 aplicação por ha, com resultados favoráveis”, destacou.

Segundo informações da Fundação de Apoio à Pesquisa Agropecuária de Mato Grosso (Fundação MT), entre as regiões mais atingidas pela doença estão, além de Primavera, a serra da Petrovina e os municípios vizinhos de Campo Verde. A ferrugem já está presente em todos os municípios produtores de soja do Estado, que já é o segundo em número de focos, perdendo somente para o Paraná.

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