Na abertura do I Seminário da Área Tecnológica no Mercosul, que ocorreu na sexta-feira (26-09), em Porto Alegre, o presidente do Crea (RS), Gustavo Lange, enfatizou a importância do Mercado Comum do Sul (Mercosul) em um momento de mudanças políticas. Ele ressaltou que é preciso enfrentar outros blocos econômicos para que os países que integram o Mercosul possam expandir e atingir novos mercados. Estiveram presentes autoridades e representantes dos governos do Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai.
Lange destacou que a influência do Mercosul nas mais diversas atividades profissionais motivou o Crea (RS) a realizar este seminário. “Nosso objetivo é dar mais um passo na efetiva consolidação do Mercosul, oportunizando à comunidade tecnológica a discussão sobre o tema e suas implicações nas atividades que envolvem esta área” defendeu. Lange disse ainda que a inserção dos profissionais do sistema, neste contexto, tem o papel de garantir autonomia e desenvolvimento econômico aos países integrantes, considerando a geração de empregos, renda, inclusão social e qualidade de vida a milhões de pessoas.
O presidente do Crea (RS) acrescentou ainda que internamente o sistema irá reunir as ações da Comissão de Agrimensura, Agronomia, Arquitetura e Engenharia para o Mercosul (CIAM) e ampliar as discussões deste primeiro seminário, que funcionou como um espaço para reflexão e como gerador de oportunidades para novas discussões sobre o assunto.
Já o presidente do Confea, engenheiro civil Wilson Lang, também destacou a importância do evento realizado pelo Crea (RS). Além de defender a valorização das instituições profissionais, Lang chamou atenção para outro fator. De acordo com ele, o interesse dos Estados Unidos na sobretaxa do aço e da laranja, entre outros produtos, revela a intenção do país em usar isso como possível moeda de troca para futuras negociações que envolvam o domínio das telecomunicações na América. Para ele esta é uma das tantas razões existentes para que os países membros busquem o fortalecimento e a competitividade do Mercosul em relação à Alca (Acordo de Livre Comércio das Américas) e demais blocos econômicos.
O representante do governo do Rio Grande do Sul, o engenheiro Paulo Renato dos Santos Souza, chefe da Divisão de Pólos Tecnológicos da Secretaria de Ciência e Tecnologia do Estado, defendeu o desenvolvimento de tecnologias próprias, o fortalecimento do agronegócio, a valorização e a capacitação profissional. Disse ainda que sem integração tecnológica o Mercosul terá pouco significado em relação aos demais mercados.
As negociações que envolvem o exercício profissional de 155 setores, entre eles os da área tecnológica, pautaram a palestra ministrada pelo representante da Argentina, Mariano Jordan, da Embaixada da Divisão do Mercosul do Departamento de Serviços. Ele disse que a renda gerada pelas profissões da área tecnológica é a maior. Já a representante do Paraguai, Maria Teresa Piño, da Divisão de Serviços do Ministério da Indústria e Comércio deste país, defendeu o respeito às instituições profissionais e a necessidade de mecanismos que eliminem as fronteiras migratórias entre os países.
Alberto Fonsecca, da Divisão de Serviços e Assuntos Financeiros do Itamaraty, por sua vez, retratou os avanços que estão sendo realizados em nível de Mercosul. Segundo ele, a liberação de serviços dentro do bloco vem crescendo. Recentemente houve por parte do órgão responsável do governo federal uma reunião sobre as propostas de diretrizes do exercício profissional e citou ainda a discussão sobre os vistos concedidos aos trabalhos temporários para profissionais de nível superior e determinados técnicos. Conforme Fonsecca, o visto visa um avanço no Mercosul e tem a preocupação com a qualificação profissional. A extensão do bloco econômico, com a adesão do Peru, além da Bolívia e Chile, também foi destacada pelo representante do governo brasileiro.
- Com colaboração da assessoria de imprensa do Crea (RS)