Os processadores de carne das Filipinas começam a comprar carne bovina do Brasil a partir deste mês e, em breve, da Argentina, enquanto o país utiliza contra-recursos para forçar a Austrália a permitir a entrada de abacaxi e banana das Filipinas.
O vice-secretário da Agricultura das Filipinas, Cesar Drilon, disse que vários membros da Associação de Processadores de Carnes das Filipinas e da Associação de Importadores e Comerciantes de Carnes que vieram para o Brasil e foram para a Argentina no mês passado a procura de outras fontes de carne bovina que não fosse a Austrália, confirmaram que começarão a importar uma parte de sua demanda do produto do Brasil.
Ele disse também que mais importações poderão possivelmente vir da Argentina nos próximos meses assim que o país conseguir a certificação da Comissão Nacional de Inspeção de Carnes e do Conselho de Desenvolvimento de Animais Domésticos atestando que seus abatedouros e fábricas de processamento de carne bovina estão classificados conforme os padrões aceitos internacionalmente. "Nós fomos a estes países para explorar a possibilidade de adquirir parte da demanda de nossos processadores de lá. Nós explicamos a eles nossa situação atual com a Austrália, incluindo a vantagem competitiva deste país, como seus custos, de forma que eles possam ajustar ou adaptar suas ofertas".
Estes dois países também estão sendo vistos pelas Filipinas como possíveis fontes de bovinos vivos. Atualmente o país importa cerca de 80% dos animais da Austrália e cerca de 40% da carne bovina requerida pelos processadores de carne locais. O vice-secretário ressalta que o rebanho brasileiro está em torno de 170 milhões de cabeças, enquanto o argentino está em torno de 80 milhões de cabeças de gado.
Os assuntos discutidos durante a visita ao Brasil e à Argentina incluíram os preços das carnes e os custos do desembarque dos produtos, bem como quantas plantas poderiam ser autorizadas para vender carnes às Filipinas. Os carregamentos de carnes destes dois países levariam cerca de 45 dias enquanto os provenientes da Austrália levam somente 10 dias. Drilon disse, entretanto, que os fornecedores da Argentina e do Brasil estão interessados em adequar seus preços próximos aos preços australianos e, possivelmente, oferecer até preços menores para poderem ganhar uma base no mercado das Filipinas.
O governo das Filipinas está estimulando os processadores locais de carne, bem como os importadores de leite do país, a procurar por nossos fornecedores que não seja a Austrália com o intuito de suprir a demanda. Esta é uma das várias estratégias que o país está tomando para fazer com que a Austrália permita a entrada de bananas e abacaxis das Filipinas.