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Produção brasileira de orgânicos ganha espaço internacional


A agricultura brasileira começa a ocupar um lugar de destaque no mercado global de produtos orgânicos, 30% mais caros, na média, do que seus correspondentes convencionais e cada vez mais consumidos em países desenvolvidos. A escolha do Brasil como tema da feira de produtos orgânicos mais importante do mundo, a BioFach, que acontece em Nuremberg, na Alemanha, na próxima semana, consagra essa boa posição. Cem empresas nacionais, todas com produtos devidamente certificados e com fortes ambições exportadoras, ocuparão um lugar de destaque no evento, exibindo desde camarões, óleos e cachaças orgânicas, até tecidos e cosméticos.

A escolha do País como tema da feira teve apoio da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha e é resultado de um trabalho de médio prazo da Agência de Promoção de Exportações do Brasil (Apex-Brasil) que investiu R$ 3,2 milhões desde 2003 em um programa para prospecção de mercado e sensibilização e capacitação dos produtores. Ao longo deste período, a qualidade e o marketing do produto nacional evoluiu muito. E os países com maior potencial de compra dos produtos orgânicos brasileiros, Alemanha e Japão, foram identificados. "Percebemos que o Brasil teria uma vocação natural para ampliar sua participação no negócio de orgânicos", diz Juan Quirós, presidente da Apex.

Atualmente, a participação brasileira no mercado global de produtos cultivados sem agrotóxicos e conforme as boas regras de manejo sustentável, é inferior a 1%. O País, segundo Quirós, movimenta cerca de US$ 100 milhões em um negócio de mais de US$ 26 bilhões. A tendência é de crescimento desta fatia nos próximos anos. "A comercialização de orgânicos brasileiros cresce, anualmente, o dobro da média mundial, em uma porcentagem estimada em 50%", afirma. "Além disso, o País possui 87% das novas áreas agricultáveis do mundo e conta com a maior reserva de recursos naturais". Segundo ele, o Brasil ocupa a segunda posição em número de propriedades com lavouras orgânicas, com cerca de 19 mil agricultores.

A Alemanha é o principal mercado de produtos orgânicos do mundo e está cada vez mais permeável à variada oferta de alimentos e bebidas brasileira. No ano passado, a participação do Brasil na BioFach rendeu 700 contatos com compradores de 14 países e gerou um volume de negócios de R$ 15 milhões. Em 2004, 43 produtores nacionais estiveram em Nuremberg.

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