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Produção de leite crescerá 4% neste ano


Os pecuaristas leiteiros estão esperando um aumento de produção para este ano de 4% e chegar a um total de 21,3 bilhões de litros. A queda nas importações e a recuperação nas vendas externas têm estimulado o crescimento da safra. Em maio, houve uma queda de 63% nas compras externas de lácteos, em comparação ao mesmo período de 2002, totalizando 22,89 mil toneladas. Em compensação, as exportações de lácteos subiram 28,5%, para 2,29 mil toneladas.

"A produção pode crescer 4% este ano se os custos não subirem e permanecer o cenário de queda de importações e aumento das exportações", avalia Marcelo Costa Martins, assessor técnico da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Ele acredita que há espaço para recuperação dos preços pagos pela indústria.

No mercado internacional, os preços dos lácteos estão entre US$ 1,65 mil e US$ 1,75 mil por tonelada (leite em pó integral), desfavorecendo as importações. Isso, na avaliação de Martins, impulsiona a demanda por matéria-prima nacional. A tendência seria a indústria substituir importações pelo produto brasileiro, já que o câmbio não favorece a compra externa.

Nos cinco primeiros meses deste ano, o Brasil comprou 42,29 mil toneladas de lácteos do exterior, queda de 44,9% sobre as 76,7 mil toneladas do mesmo período de 2002. No ano passado, a média mensal era de 10 mil toneladas importadas; neste ano, é de 3,4 mil toneladas. Martins ressalta que as exportações, no acumulado de janeiro a maio, caíram 22,9%, totalizando 10,9 mil toneladas. "Mas, há tendência de recuperação, pois, nos primeiros quatro meses, a variação era de 31%". Ele acredita num aumento nas exportações porque o principal produto comercializado pelo País, o leite condensado, não é muito vendido pelos principais exportadores de lácteos. Além disso, os principais compradores, Angola, Rússia e Senegal, são mercados periféricos.

Apesar da perspectiva favorável, a CNA não prevê aumento da rentabilidade. Isso porque, o reajuste real do preço pago ao pecuarista foi de apenas 1,94%. No mesmo período, ocorreu aumento dos custos de produção. No ano passado, para cada tonelada de milho – insumo básico na alimentação bovina – o pecuarista precisava de 578 litros de leite. Este ano, são necessários 802 litros por tonelada. Por conta disso, algumas regiões têm reduzido a produção.

Em Goiás e Minas Gerais, onde a produção aumentou nos dois primeiros meses do ano, agora os índices são semelhantes ao ano passado. No Rio Grande do Sul, houve queda de 6% na produção em janeiro e fevereiro, porque os produtores trocaram o leite por soja. Neste estado, a alimentação representa 50% do custo de produção.

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