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Produção de leite orgânico: solução contra a contaminação por agrotóxico

Resíduos encontrados no leite podem ter origem tanto em medicamentos


Relatório do Sistema de Inteligência Setorial do Sebrae recomenda boas práticas para que o manejo de pesticidas não gere resíduos à produção do leite 
 
Pesticidas utilizados na agricultura e na produção animal podem ser detectados no leite quando os animais ingerem pastagens ou água contaminadas. Evitar a presença desses resíduos de agrotóxicos é possível com a adoção de boas práticas de aplicação, estocagem, transporte e distribuição desse tipo de produtos.
 
Os resíduos encontrados no leite podem ter origem tanto em medicamentos aplicados nos animais quanto em agrotóxicos utilizados em pastagens ou em culturas de grãos próximas a elas. As reminiscências de antibióticos e agrotóxicos não são eliminadas durante a ultra pasteurização, que elimina apenas a carga microbiológica do leite.

De acordo com o Relatório do Sistema de Inteligência Setorial do Sebrae sobre Agrotóxicos no Leite, estima-se que pelo menos 30% do agrotóxico aplicado em plantações seja perdido no vento ou nas águas.Tendo em vista que sempre ocorre contaminação da área que circunda o local a ser tratado e das pessoas e animais que vivem em seu entorno, o SIS Sebrae faz as seguintes recomendações para o manejo do agrotóxico:
 
-Utilize somente agrotóxicos autorizados e estritamente indicados para a cultura descrita (pastagem, grãos, frutas, etc.);
-Siga as recomendações de um engenheiro agrônomo;
-Utilize os EPIs, implementos e maquinários recomendados e bem regulados;
-Não deixe os resíduos excederem os níveis estabelecidos por lei;
-Tenha um caderno de campo atualizado, com registros de agrotóxicos, datas, finalidades,quantidades, entre outros;
-Não contamine a água ou a terra durante o preparo do agrotóxico;
-Guarde o produto na embalagem original, ela contém informações técnicas como princípios ativos, recomendações e data de abertura.
 
Além da utilização cuidadosa, uma saída para o problema dos resíduos e um diferencial competitivo, é a produção de leite orgânico. O leite produzido e certificado sem agrotóxicos não apresenta resíduos químicos e mantém os mesmos valores nutritivos do leite tradicional, além de ser vendido a preços mais atrativos devido aos custos mais baixos de produção. De acordo com o pesquisador e zootecnista da Embrapa Gado de Leite João Paulo Guimarães Soares, estudos mostram que o leite orgânico é valorizado no mercado e o preço chega a ser 50% maior do que o convencional em algumas regiões.
 
Uma boa experiência vem de São Vicente (MG), onde o produtor Renato Campos produz leite orgânico há 7 anos, produzindo 250 litros por dia atualmente. Parte da produção é vendida para a fabricação de queijos tipo Brie e Camembert.
 
Informação é a principal iniciativa, aponta o Sebrae:
O Plano Nacional de Controle de Resíduos e Contaminantes (PNCRC) tem recomendações para livrar o produto de resíduos nocivos à saúde;
O Centro de Produções Técnicas (CPT), disponibiliza um vídeo-curso sobre a produção de leite sem agrotóxicos;
O relatório do SIS Leite orgânico pode auxiliar o pequeno negócio nessa atividade;

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