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Produção de melancia é debatida em Arroio dos Ratos

Produtores participaram do Seminário Microrregional sobre a Cadeia Produtiva da Melancia


Produtores de Arroio dos Ratos, São Jerônimo, Butiá, Minas do Leão, Barão do Triunfo e Charqueadas participaram, na sexta-feira (26/04), do Seminário Microrregional sobre a Cadeia Produtiva da Melancia, que aconteceu no Clube Última Hora. No encontro foi discutida a rastreabilidade aplicada a produção desta fruta, o uso de agrotóxicos, a aplicação, a sub e a superdosagem, como fazer a mistura de calda em tanque e a norma regulamentadora do Ministério do Trabalho (NR31), o plantio direto de melancia e repetição de área de cultivo, cobertura de solo, formação e manejo de palhada, comercialização da melancia e as fragilidades desta cadeia produtiva.

O evento contou com a presença de aproximadamente 90 pessoas entre produtores, técnicos, autoridades e palestrantes e foi realizado com o propósito de discutir temas importantes que impactam na cadeia produtiva da melancia, tanto na área de produção, quanto comercial e trabalhista. 

Segundo o chefe do escritório da Emater/RS-Ascar em Arroio dos Ratos, Jamir Dalenogare, a rastreabilidade que afetará a produção de melancia, que está prevista para vigorar a partir de fevereiro de 2020, e a NR 31, já em vigor, são regulamentações que afetam diretamente o modo de fazer que o produtor vem praticando ao longo do tempo. ?Estas normativas impõem mudanças de atitudes e aumentam a responsabilidade do produtor tanto na qualidade do produto ofertado no mercado, quanto na melhoria das condições de trabalho daqueles que se ocupam da atividade produtiva, principalmente aqueles que manuseiam agrotóxicos e produtos afins?, explica o tecnólogo em Desenvolvimento Rural, Dalenogare. 

No encontro, além das legislações que afetam diretamente os produtores, foram abordadas as questões técnicas que envolvem o uso de agrotóxicos e procedimentos para o controle eficiente de plantas invasoras, pragas e doenças, a prática de mistura de calda em tanque e o uso de produtos sem indicação para a cultura, situação que causa preocupação para os produtores neste momento de implementação da rastreabilidade. 

As discussões sobre plantio direto de melancia com a repetição de área de cultivo, expõe, de acordo com Dalenogare, as dificuldades enfrentadas pelos produtores pioneiros que vêm utilizando esta técnica e evidencia o desamparo da área de pesquisa neste setor. No entanto, a repetição da área de cultivo, mesmo com todas as barreiras provocadas pelo desconhecimento e/ou falta de acesso à pesquisa, mostra vantagens muito importantes no planejamento do sistema de produção e se apresenta como a melhor alternativa neste momento de indisponibilidade de áreas aptas ao cultivo de melancia devido a concorrência com a produção da soja. 

As fragilidades da cadeia comercial da melancia foram debatidas neste Seminário com apresentação da evolução histórica dos eventos que contribuíram para a formatação comercial atual, que expõe a passividade da maioria dos produtores frente a figura do atravessador, o qual, dita as regras do comércio, trazendo grandes vulnerabilidades aos produtores e frequentemente grandes prejuízos comerciais. ?É inadmissível o produtor entregar a safra, resultado de meses de trabalho e muito investimento, para terceiros, muitas vezes desconhecidos, sem ficar com um documento sequer que comprove o valor e prazo da transação comercial, e que tenha valor legal, para buscar em juízo o valor devido, caso não haja acerto?, analisa o Tecnólogo. 

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