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Produção de noz-pecã cresce em Santa Catarina

A retomada iniciou há cerca de 15 anos


Rentável e compatível com outras atividades agrícolas, a produção de noz-pecã está ganhando terreno em Santa Catarina. A cultura foi implantada no Estado nas décadas de 1970 e 1980, mas acabou sendo abandonada na maioria das propriedades. Agora, novas plantas formam pomares produtivos no Oeste, no Extremo Oeste e no Alto Vale do Itajaí, onde os catarinenses redescobrem as vantagens de investir na cultura.

A retomada iniciou há cerca de 15 anos, quando agricultores catarinenses trouxeram mudas no Rio Grande do Sul para testar em suas propriedades. Essas variedades de nogueiras enxertadas, mais precoces, produtivas e resistentes a pragas e doenças abriram caminho para despertar a produção comercial em Santa Catarina.

Bom negócio

Em Palmitos, no Extremo Oeste, Antônio Fiorese Sobrinho cultiva 1,8 mil nogueiras com idade entre zero e 19 anos. São 20 hectares consorciados com pastagem, e em três deles as plantas estão em plena produção – este ano, a colheita dessa área somou 8,6 toneladas. As nozes são vendidas com casca para uma indústria do Rio Grande do Sul que paga entre R$12 e R$15 pelo quilo.

A noz-pecã complementa a renda da família, que também vem da bovinocultura de corte e da criação de suínos. Mas o plano é ir além. “Ano que vem vamos montar uma indústria para vender a noz descascada. Também quero chegar a 3 mil plantas. Vou continuar investindo porque é um bom negócio, com mercado, preço bom e bastante procura”, diz Antônio.

O cultivo se soma aos de outros produtores do Oeste e do Extremo Oeste, totalizando 80 propriedades com 175 hectares plantados. A maior parte das árvores ainda é jovem, com até oito anos. “O trabalho da Epagri na região é organizar a cadeia produtiva e orientar as famílias sobre as melhores técnicas de manejo, principalmente de plantio e condução dos pomares de noz-pecã”, diz o engenheiro-agrônomo Thiago Marchi, extensionista da Epagri de Lajeado Grande.

Alternativa de renda

No Alto Vale do Itajaí há 133 hectares implantados desde 2007 em 50 propriedades de 17 municípios. Lá, a Epagri e o Instituto Federal Catarinense (IFC) se uniram para incentivar o cultivo da noz-pecã como uma alternativa de renda para as famílias rurais. Foi criado o Grupo de Produtores de Nogueira-pecã do Alto Vale. “Esse grupo estabeleceu um protocolo de recomendações para a cultura e um sistema de manejo do solo e das plantas voltado para a produção orgânica”, explica Glauco Lindner, engenheiro-agrônomo da Epagri em Rio do Sul.

Auri de Oliveira, de Agronômica, plantou 100 mudas em 2011 e hoje tem 900 plantas em 12 hectares. A produção ainda não é expressiva, mas a cada ano a colheita aumenta e a qualidade das nozes empolga o agricultor. “Tomo muito cuidado com o solo. Uso adubação verde no inverno e no verão, pó de ardósia e esterco de suínos. A terra está excelente e as nozes também. Não aparece doença”, orgulha-se.

Enquanto a família se sustenta com a renda do milho e da pecuária de corte, as nogueiras crescem sem exigir muito esforço. “É 20% do trabalho se a gente comparar com uma lavoura de fumo, por exemplo”, diz o produtor, que planeja deixar o negócio para os filhos daqui a alguns anos.

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