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Produção de uva orgânica cresce na Serra gaúcha

Viticultores, técnicos e estudantes participam, nesta quinta-feira (19/07), do 6º Seminário Regional da Uva Orgânica


Viticultores, técnicos e estudantes participam, nesta quinta-feira (19/07), do 6º Seminário Regional da Uva Orgânica. O evento foi promovido pela Emater/RS-Ascar, prefeitura de Bento Gonçalves, através da Secretaria Municipal do Desenvolvimento da Agricultura, e Centro Ecológico de Ipê, no CTG Laço Velho, em Bento Gonçalves.


O diretor técnico da Emater/RS, Gervásio Paulus, destacou a atualidade e a relevância dos temas abordados no Seminário, como a questão dos agrotóxicos e da saúde, e afirmou que é possível produzir de forma diferente. “Queremos continuar sendo parceiros nesse trabalho para que os agricultores possam, cada vez mais, produzir com qualidade, com compromisso com o meio ambiente e com os aspectos sociais que envolvem a produção, contribuindo para deixar um planeta melhor para as próximas gerações”, destacou.

De acordo com o agrônomo da Emater/RS-Ascar, Enio Todeschini, na época do primeiro Seminário Regional da Uva Orgânica, realizado em 2005, a região da Serra contava com 90 produtores de uva orgânica, uma área cultivada de 60 hectares e uma produção anual de 700 toneladas. Desde então, a produção orgânica foi multipicando e, atualmente, 278 produtores cultivam 381 hectares, sendo responsáveis pela produção de 4.970 toneladas de uva orgânica certificada na região serrana.

Conforme Todeschini, nos últimos 12 anos muitas dificuldades foram superadas. “Hoje, a produção orgânica está desmistificada, a demanda é maior que a oferta, o problema da certificação está superado, o preço está definido - de 20% a 50% acima do valor da uva convencional - e a tecnologia de produção está evoluindo”, afirma o agrônomo. Entre as boas perspectivas para o setor nos próximos anos, ele aponta o mercado da alimentação escolar e da uva-niágara, que vem crescendo.

Experiência local
O agrônomo da Emater/RS-Ascar de Bento Gonçalves, Gilberto Salvador, apresentou a experiência da família de Jorge Salton na produção de uva orgânica. Salvador lembra que, quando começou trabalhar com uva orgânica, em 1989, tinha que citar exemplos da Argentina, do Uruguai, de Ipê, pois não havia produtores em Bento Gonçalves.


Um dos motivos que levaram a família Salton ao cultivo orgânico, a partir de 1995, foi o surgimento de alergia aos agroquímicos. Hoje, toda a produção, nos 14,8 hectares cultiváveis da propriedade, é orgânica. A maior parte da área (9,7 ha) é ocupada com videiras (Isabel, zeperina, bordô e variedades de mesa), e o restante com outras frutíferas, horta e cana-de-açúcar. A família também possui criações de bovinos, suínos e aves. Jorge Salton foi fundador da feira ecológica de Bento Gonçalves, em 1998, e atualmente preside a Associação dos Produtores Ecológicos.

As dificuldades enfrentadas no início, relacionadas à mão de obra, já que era tudo manual (hoje as máquinas facilitam o trabalho), e problemas com algumas variedades, devido à incidência de doenças, também foram relatadas pelo agrônomo da Emater/RS-Ascar, que falou ainda sobre o manejo de adubação dos parreirais - incluindo adubação verde, roçada e adubos orgânicos certificados, que são espalhados em julho, antes da poda - e os tratamentos utilizados nos últimos anos. “Quando se vai trabalhar com uva orgânica é importante estar atento para aspectos como variedade, exposição solar, poda verde, poda seca, quebra-ventos e espaçamento”, conclui.

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