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Produção recorde e estoques devem conter preço do álcool

O governo está preocupado com as oscilações de preços ocorridas no final de 2006


O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Luís Carlos Guedes Pinto, manteve audiência nesta quinta-feira (04-01), no Palácio do Planalto, com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para analisar a situação do abastecimento de álcool no País. O governo federal está preocupado com as oscilações de preços do produto ocorridas no final de 2006, embora o mercado considere normais os reajustes no período da entressafra. “Esperamos que as cotações se mantenham conservadoras até meados de abril, quando começa a nova safra”, disse Guedes, ressaltando que os estoques de álcool na região Centro-Sul estão em níveis bastante confortáveis.

De acordo com o ministro, não há justificativas no mercado para aumentos elevados nos preços do álcool, tendo em vista o atual quadro de oferta e demanda. “Começamos o ano com um estoque de passagem de 4,78 bilhões de litros e temos uma previsão de chegar no início da safra com cerca de 500 milhões de litros. Isso nos permite afirmar que temos um volume muito confortável para atender o consumo, sem qualquer tensão na regularidade do abastecimento.”

A produção 2006/07 no Centro-Sul, cuja moagem da cana-de-açúcar, encerrou-se no início de dezembro passado, alcançou o recorde de 15,86 bilhões de litros. Desse total, 12,64 se destinam ao mercado interno e 3,01 bilhões às exportações. Além disso, haverá uma produção antecipada de 400 milhões de litros da temporada 2007/08. “Os números mostram que mercado estará plenamente abastecido ao longo do ano”, destacou o ministro.

Na avaliação de Guedes, os aumentos registrados agora foram um pouco elevados, mas estão dentro dos parâmetros normais do mercado. “Como qualquer outro produto de origem agrícola, o valor do álcool incorpora os custos de carregamento do estoque e está sujeito aos efeitos da sazonalidade.”

Segundo o ministro da Agricultura, os reajustes das cotações do produto foram provocados por vários fatores. Entre eles, o preço do álcool relativamente favorável em comparação com o da gasolina (hoje, em São Paulo, em torno de 52,47%); o crescimento da demanda decorrente do período de festas de fim de ano e férias escolares; o tamanho de frota de veículos tipo “flex-fuel”, de 2,5 milhões de veículos, e o aumento do transporte rodoviário em substituição ao aéreo.

Guedes acredita que os usuários de veículos “flex-fuel” podem contribuir para regular o mercado. “A dimensão da frota de veículos “flex-fuel”, em que os motoristas podem escolher o combustível (álcool hidratado ou gasolina), de acordo com os preços desses produtos, cria um mecanismo automático de regulação de preços para o etanol. Isso porque, em caso de aumento exagerado das cotações, eles têm a alternativa de migrar para o combustível que tiver um valor mais vantajoso, no caso a gasolina.”

Outro ponto importante a ser observado, enfatizou o ministro, é que o álcool anidro, usado na mistura obrigatória na gasolina na proporção de 23%, tem mantido os preços estáveis, sem qualquer pressão altista. “Esse é mais um indicador para comprovar que os aumentos do produto hidratado, usado como combustível direto, está relacionado a fatores ocasionais”.

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