Caso nada seja feito para mudar a questão da averbação de 20% de Reserva Legal, o impacto sobre a economia dos Estados da região Sul será enorme, segundo estimam os líderes do setor.
Uma pesquisa da Confederação Nacional da Agricultura (CNA) mostra que a produção agropecuária paranaense será reduzida em 15%. No Rio Grande do Sul, 80% dos parreirais destinados à produção de vinho terão que ser erradicados porque estão em áreas de preservação ambiental.
Na opinião de José Antônio Borghi, presidente do Sindicato Rural de Maringá, o decreto vai trazer “prejuízos medonhos para os agricultores e, por isso, temos que propor ações para modificá-lo”. Segundo ele, na região, 99% das propriedades não estão devidamente adequadas para fazer a averbação da Reserva Legal.
“A legislação vai provocar a queda da produção de alimentos e gerar custos para os produtores rurais. Não concordamos porque entendemos que mata não pode ocupar o lugar da produção de alimentos, que é primordial”, observa Borghi.
Segundo o ruralista, a proposta do setor é que as áreas produtivas continuem sendo produtivas e as áreas impróprias para produção, sejam destinadas à preservação. “As áreas consolidadas, desmatadas há mais de 50 anos, quando a legislação permitia e o governo incentivava, devem continuar sendo áreas de produção”, sustenta.
Segundo ele, o impacto da averbação de 20% de Reserva Legal, principalmente no caso do Paraná, onde predomina a pequena propriedade, “é direto. Isso quer dizer que vamos ter menos 20% de área produtiva, menos 20% de produção, menos 20% de empregos e assim por diante. O reflexo será direto nas cidades. Esse é o entendimento do setor”, diz Borghi.
- Selecione seus interesses
- CME MILHO (MAI/24) US$ 4,41 (0,87%)
- Dólar (compra) R$ 5,16 (0,27%)