Produtividade da soja pode ser recorde nos EUA

O clima começou assustando os produtores norte-americanos na safra 2009/10, principalmente aqueles que plantam na porção leste do cinturão de produção, mais especificamente no estado de Illinois, o segundo maior produtor de soja e milho nos EUA. Com o excesso de umidade, eles não conseguiram terminar o plantio na janela ideal e, por isso, havia o temor de que o desenvolvimento das lavouras se desse nos dias mais quentes do verão norte-americano.

A pergunta que fica é: que verão? Nesse primeiro mês da estação mais quente do ano, as chuvas continuam caindo com regularidade nas principais regiões produtoras do Meio-Oeste dos EUA. Já as temperaturas estão bem abaixo da média. No fim de semana passado, os termômetros não passaram de 20ºC em vários pontos do Corn Belt e só nessa quinta-feira (23) o tempo começou a esquentar, com o mercúrio subindo para 24ºC, longe ainda do normal, que seria algo em torno de 30ºC.

Para sorte dos produtores norte-americanos, a previsão diz que o clima vai continuar colaborando com a safra que está sendo cultivada até a metade de agosto, com chuvas regulares e temperaturas amenas, afastando qualquer possibilidade de estresse hídrico das lavouras.

É por isso que os cálculos de produtividade da soja nos EUA já estão sendo revistos. Nesta semana, um estudo do pesquisador Darrel Good, da Universidade de Illinois, mostrou que a combinação de mais de 65% de lavouras em condições boas ou excelentes com clima benéfico pode resultar em rendimento médio de 50,1 sacas por hectare, número que fica bem acima da linha de tendência estatística usada pelo USDA (47,7 sacas por hectare) e supera até a produtividade recorde da safra 2005/06, quando os produtores norte-americanos colheram 48,3 sacas por hectare. Tudo isso quer dizer o seguinte: lá vem soja.