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Produtor acredita que cenário começa a mudar

O cenário ao produtor será outro para comercializar a produção, diz especialista


Depois de longo período de pessimismo, puxado por três safras de acentuadas perdas de renda, os produtores começam a inverter o sentimento, vislumbrando um novo cenário a partir da próxima colheita, apesar das dúvidas com relação à nova safra.

O presidente da Organização das Cooperativas Brasileiras, seção de Goiás (OCB-GO), Antônio Chavaglia, vê com ceticismo o prognóstico da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) de que a produção brasileira de grãos na safra 2006/2007 pode crescer 1,1%, chegando a 121,3 milhões de toneladas.

“Isso ainda é preciso esperar para ver. Mas como o governo admite queda na área plantada, significa que está apostando só no aumento de produtividade em função de boa condições climáticas, se esquecendo de que a intensa crise na agricultura, as dificuldades de crédito e a demora na liberação de recursos levou grande parte dos produtores a reduzir os níveis de tecnologia na lavoura”, diz.

Melhora

Dúvidas à parte, com relação ao tamanho da próxima safra, Antônio Chavaglia entende que o cenário para o produtor será outro na comercialização da produção. “Tudo indica que entramos em um novo ciclo de recuperação de preços, que a julgar pela situação do mercado internacional, terá boas condições de sustentação”, afirma, ao lembrar que o aquecimento dos preços já é fortemente sentido no mercado físico do milho e nas vendas de soja no mercado futuro.

Segundo ele, a oleaginosa, que por meses marcou passo com o preço entre R$ 21,00 e R$ 22,00 a saca de 60 quilos, já é comercializada até a R$ 28,00 para entrega em fevereiro-março. Da mesma forma, o milho para entrega imediata, que até há 40 dias podia ser encontrado até por R$ 13,00 a saca, hoje é vendido até a R$ 20,00 e com pouca disponibilidade do produto no mercado.

Estoques

Conforme o presidente da OCB-GO, a sensível melhora nas perspectivas para o setor agrícola está essencialmente atrelada a eventos agrícolas no Estados Unidos. Segundo ele, o grande impulso que o governo daquele país está dando à produção de etanol (álcool combustível), fez com que na safra passada 52 milhões de toneladas de milho fosse destinada à fabricação do produto, enquanto na próxima safra estima-se que mais 30 milhões de toneladas serão agregadas a esse montante.

“Como a área de milho não será suficiente para atender toda essa demanda, o mais provável é que boa parte da área hoje destinada à soja, migre para aquela cultura”, diz Antônio Chavaglia. Ele acredita que esse movimento nos Estados Unidos dará grande contribuição à redução dos estoques mundiais de grãos, alavancando os preços das commodities agrícolas no mercado internacional.

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