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Produtor amarga prejuízos com "apagão sanitário"

Falta de recursos e instabilidade entre os agentes dão sinais de um novo "apagão" no país


Promovido pela Associação Baiana de Expositores (ABEXPO), o 2º Congresso Internacional do Boi de Capim, teve o objetivo de estabelecer um fórum de discussão e balizador de propostas inovadoras para mudanças em conceitos e atitudes do setor da carne. O evento realizado entre os dias 25 e 27 de julho, em Salvador (BA), reuniu cerca de 500 participantes, entre estudantes, pecuaristas e profissionais da cadeia produtiva da carne.

O quadro da saúde animal em nosso país foi um dos aspectos centrais do congresso. Centrado em duas vertentes, a do setor privado e a do governamental, cabia ao governo federal liderar o processo incentivando e provendo o setor de recursos materiais e humanos. "Hoje, a situação está bem diferente porque os produtores estão fazendo a sua parte e o governo, especialmente o federal, não vem alocando os recursos na hora e nos locais certos. O contingenciamento de recursos do orçamento federal vem prejudicando em muito a saúde animal em nosso país", afirmou o presidente da Associação Brasileira de Medicina Veterinária - SBMV, Josélio Moura, presente no encontro. Ele defende a existência de "uma permanente atualização dos laboratórios de diagnóstico e também uma atenção especial na melhoria da qualidade das vacinas utilizadas no combate as mais diversas doenças que afetam os nossos rebanhos".

Para Josélio Moura, o contingenciamento e outras falhas do sistema têm que mudar o mais rápido possível, tendo em vista que o complexo produtivo de todas as carnes, não apenas a de bovinos, gerou no ano passado 10,8 bilhões de dólares. É uma questão de economia". Entende o técnico e líder do setor veterinário que se fossem alocados 5% desses recursos o País teria um programa sanitário à altura de sua posição no ranking dos mercados internacionais.

Entre os problemas sanitários, o mais grave apresentado pelos congressitas é o da febre aftosa. Segundo o ex-presidente da Agência de Defesa Agropecuária da Bahia - Adab e atual consultor para assuntos de febre aftosa, José Lira, é preciso fazer grande esforço para combater a doença, porque os rebanhos estão aumentando e, consequentemente, a vigilância deve ser maior. Lira enfatizou ainda que nem tudo está bem em vários estados brasileiros quanto ao controle da febre aftosa e recomenda o revigoramento das ações e o fortalecimento da gestão sanitária para que se alcance uma execução robusta.

O consultor propôs algumas ações: cobertura vacinal de 80% do rebanho e em algumas situações de 100%; vigilância sanitária proativa com barreiras fixas e móveis; programas de educação sanitária e de treinamento em todos os níveis; montagem de um corpo técnico e auxiliar altamente capacitado e motivado para exercer com o rigor recomendado pela legislação o serviço de erradicação de enfermidades que afetam os rebanhos de exploração comercial. As informações são da assessoria de imprensa do evento.

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