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Produtor de flores e plantas tecnifica-se e exporta

Exterior está mais receptivo às nossas flores e folhagens, pela qualidade e fornecimento


Para acompanhar o crescimento das exportações de flores e plantas ornamentais, produtores traçam estratégias mais amplas, além do oferecimento de um produto de qualidade. Como o mercado externo sempre busca produtos novos, duradouros e a preços competivos, é essencial investir em tecnologia e escala de produção e, assim, garantir espaço lá fora.

O valor acumulado das exportações brasileiras de flores e plantas ornamentais, que incluem mudas, flores e botões de corte, folhagens e ramos cortados frescos, atingiu, de janeiro a setembro, US$ 24,2 milhões, ou 16,1% a mais em relação ao mesmo período de 2005 (US$ 20,9 milhões). A previsão é a de que o País feche o ano com exportações entre US$ 28,5 milhões e US$ 30 milhões, segundo o consultor Antonio Hélio Junqueira.

Já o presidente do Instituto Brasileiro de Floricutura (Ibraflor), Kees Schoenmaker, crê que o País fechará em US$ 30 milhões as exportações.

Preferências e tendências

O Brasil contabiliza 30 destinos compradores - 14 países da Europa, além de Estados Unidos, Canadá, Japão, China, Hong Kong, Tailândia e países das Américas do Sul e Central e África. A Holanda continua sendo o principal destino, com mais de 50% dos embarques.

Segundo Junqueira, no consumo mundial de flores de corte, a rosa representa 50%. “As rosas brasileiras fazem sucesso lá fora”, diz. Entre as flores de corte, as temperadas - rosas, lisiantos, gérberas, gladíolos, crisântemos - são tradicionais nos mercados norte-americano e holandês. Já as flores tropicais - helicônias, alpínias e ananás ornamental - têm maior apelo em Portugal e na Espanha. Já os mercados francês e suíço preferem folhas de palmeiras na forma de buquês.

Folhagens

Outra aposta são as folhagens, em razão da carência desse tipo de produto lá fora. “O Brasil tem uma rica flora, por isso pode apostar em folhagens diferentes e valorizadas”, diz.

O produtor William José de Wit, de Holambra (SP) - um dos principais pólos produtores e exportadores de flores e plantas do País, comercializa e exporta toda a produção via cooperativa. Ele produz, além de mudas, cerca de 25 mil vasos de violeta e 5 mil vasos de azaléia por semana, em 7 hectares. “A produção de mudas é dividida em 10% para o mercado externo e 90% para o mercado interno.”

Ele diz que os vasos não podem ser exportados por causa da terra. “Apenas o Uruguai importa vasos. O restante dos compradores alega riscos fitossanitários”, justifica, acrescentando que todos os associados da cooperativa possuem o Certificado Fitossanitário de Origem, do Ministério da Agricultura.

Outro produtor que se vale dos serviços de uma cooperativa é Alexandre Hiranaka, de Atibaia (SP), que produz, por ano, 300 mil vasos de orquídeas e 80 mil hastes, em 5 hectares. “Da cooperativa as flores são vendidas no Brasil e no exterior”, diz ele, que destina 40% da produção de corte para atacadistas e 60% para o mercado externo. “A cooperativa é melhor negócio por causa dos menores preços de frete e pela facilidade de fazer contatos com clientes. É também garantia de pagamento.”

Tecnificação

Como as orquídeas exigem muitos cuidados, é fundamental investir em tecnologia. “Conforme a variedade, é preciso investir em viveiros telados, estufas aquecidas ou ambientes refrigerados”, exemplifica, acrescentando que o mercado quer uma flor bonita e durável. O produtor Wit, de Holambra, confirma: “Para ser competitivo precisa ter tecnificação.” As estufas de Wit, climatizadas, produzem o ano inteiro.

Já o produtor Francisco Issao Saito, de Atibaia (SP), diz que, para instalar um sistema de irrigação para suas rosas, ele gastou R$ 30 mil por hectare. “Além disso, são 60 mil mudas de rosas/hectare e, por muda, pago US$ 0,90 de royalties.” Mesmo assim, Saito insiste na tecnificação. “É a única forma de tornar viável a atividade”, ensina o produtor, que tem 95% da produção em estufas.

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