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Produtor de laranja e indústrias começam negociação para a safra

Os produtores pedem R$ 11 por caixa, ante os R$ 9,20 da safra anterior


Começa nova rodada de negociações entre produtores de laranja e indústrias. A mesa diretora de Citricultura da Federação da Agricultura do Estado de São Paulo (Faesp) entregou proposta de reajuste dos contratos para safra 2007/08. Os produtores pedem R$ 11 por caixa, ante os R$ 9,20 da safra anterior (US$ 4, com dólar a R$ 2,30). Mas, a conjuntura de preços internacionais do suco de laranja mais baixos e dólar desvalorizado no Brasil indica desafios nas rodadas de negociação, que continuam na próxima semana.

A única oferta da indústria recebida até agora pelos citricultores é de pagamento de R$ 8 por caixa, segundo o coordenador da Mesa diretora de Citricultura da Faesp, Antônio Crestana. "Caso os contratos fiquem baixos, as indústrias vão acabar perdendo o fornecimento de matéria-prima ou para a concorrente ou para outras culturas, pois o citricultor já está com baixa remuneração há muitas safras", avisa Crestana.

Ele explica que o pedido de um valor mais alto nos contratos se justifica pelo aumento de 10% nos custos de produção. Segundo ele, os gastos com fertilizantes e inseticidas cresceram 30% e, os com mão-de-obra, de 10% a 15%. "Além disso, há o custo adicional com o controle do greening, que passou a ser de responsabilidade do citricultor", acrescenta. Cálculos da Faesp apontam que os gastos adicionais para controle da doença oneraram os citricultores em R$ 1 por caixa.

Para o presidente da Associação Brasileira dos Exportadores de Cítricos (Abecitrus), Ademerval Garcia, o grande problema é que, enquanto os custos aumentam de um lado, a remuneração do produto final - o suco de laranja é 100% exportado - é feita em dólar, com um câmbio de R$ 1,80. "Quando se traduz isso para a moeda nacional, a receita cai muito", diz Garcia.

Além disso, acrescenta o industrial, o cenário internacional é diferente do ano passado. Houve forte recuo dos preços internacionais, que estão hoje nos mesmos níveis do registrado anteriormente aos furacões na Flórida, em 2005. "Por isso, cada indústria terá que fazer a sua avaliação quanto ao mercado, a condição da produção na Flórida, que define-se a partir de agosto, e a tendência de comportamento futuro dos preços".

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