Produtor de MS solta 2 mil suínos no pasto
Ex-senador Levy Dias foi o primeiro a soltar suínos no pasto, por não ter como mantê-los confinados
O ex-senador e produtor rural Levy Dias foi o primeiro a cumprir a promessa. Nesse domingo (13-11) por volta das 5 horas da manhã ele soltou 2.350 animais em meio hectare de pastagem na Granja Jeroá, de sua propriedade, próxima a Campo Grande (MS). O motivo é a superlotação de animais (cerca de 6 mil) que estão represados na fazenda, diante do embargo comercial de SP aos animais saídos de Mato Grosso do Sul. O produtor vende somente animais vivos, 100% destinados para o abate em São Paulo –, cerca de mil suínos por semana – que são para exportação.
Os funcionários da granja separaram os suínos em grupos de vinte, que eram transferidos para um pasto distante 400 metros da área de confinamento. Acostumados com ambiente climatizado, os suínos de raça de alta qualidade, criados apenas com ração e com bebedouros especiais, foram parar na braquiária, mas antes, segundo o criador, foram improvisadas condições para sua sobrevivência. "Improvisamos comedouros de ração no local e bicos (bebedouros) de água nas árvores, para reduzir o impacto", frisou desanimado o suinocultor, que vê a atitude como extrema, diante das dificuldades enfrentadas pelo setor. "Eles nunca pisaram na terra, são animais muito sensíveis", lamentou. Mas adiantou que se o quadro persistir, na próxima semana fará o mesmo com mais 3 mil reses na propriedade.
Dificuldades
Assim como ele, outros inúmeros suinocultores sul-mato-grossenses prometem soltar nos pastos cerca de 35 mil animais, quase prontos para abate. Mas que diante do veto ao trânsito de suíno vivo, estão presos nas granjas e em três semanas trouxeram prejuízo de cerca de R$ 8 milhões.
A decisão preocupa as autoridades sanitárias por causa da grande vulnerabilidade dos animais criados em granja.